sexta-feira, 8 de maio de 2015

As Mães de Jane Austen - Parte III

A série de posts para mulheres especiais...



Lady Anne Elliot e Lady Russell


Na falta de uma foto de Lady Elliot, sua filha Anne Elliot.
Infelizmente, Lady Anne Elliot não teve muito tempo como mãe, mas Jane Austen fez questão de dizer quem foi essa mulher. "Lady Elliot havia sido uma mulher excelente, sensata, agradável, ajuizada e educada. Havia tolerado, atenuado e ocultado os defeitos do marido e promovido sua verdadeira respeitabilidade ao longo de dezessete anos; e ainda que não fosse ela própria a criatura mais feliz do mundo, havia encontrado nos afazeres, nos amigos e nas filhas razão suficiente para prender-se a vida e para não ser motivo de indiferença quando foi chamada a abandona-los. Três meninas, as duas mais velhas com dezesseis e quatorze anos, era um péssimo legado para uma mãe deixar; ou melhor dizendo, um péssimo fardo a se confiar à autoridade e orientação de um pai tolo e vaidoso." Percebemos que no pouco tempo que pôde, foi uma mãe atenciosa, bondosa, e que ministrou uma educação com bons princípios. Era preocupada com a família e tomou para si a responsabilidade de ensinar o que realmente importava, já que o pai se encarregou do trivial, a vaidade. Na história, vemos muito do caráter da mãe em Anne Elliot, sua filha segunda.

Mas prosseguindo à história, a pesar de não terem tido uma madrasta, as meninas Elliot tiveram uma boa mulher para auxiliar na educação e manter os bons princípios que Lady Elliot se empenhou em passar às filhas. Lady Russell era a melhor amiga de Lady Elliot, e compartilhava de suas convicções, preocupações, e de seu amor pelas meninas. Ela entra na vida de Anne Elliot como uma figura importante em seu crescimento e aprendizado. Percebemos pela história o quão importante para a menina era o seu discernimento e juízo, e sua influência era fortemente respeitada - vemos isso com a rejeição de Anne ao capitão Wenthworth, apesar de amá-lo, por persuasão da amiga.
Não é perfeita, de fato, e não se sabe com certeza se todos os conselhos que dá para Anne são movidos por seu amor e sentimento maternal, como vontade de vê-la feliz, ou se por preconceitos contra determinados tipos de pessoas e classes sociais. Seja qual for a motivação, sempre esteve ao lado de Anne auxiliando, aconselhando, protegendo e incentivando, papel que Lady Elliot teria desenvolvido com tanto amor quanto Lady Russell, mostrando que não precisa ser progenitora para ser mãe.

REFERÊNCIA: AUSTEN, Jane. Persuasão. Rio de Janeiro: Zahar, 2012