quarta-feira, 28 de outubro de 2015

"Ninguém disse que a melhora seria uma jornada em linha reta."

Por Aline Tavares


Título no Brasil: À procura de Audrey 
Título original: Finding Audrey 
Autora: Sophie Kinsella 
Tradução: Glenda D'Oliveira 
Editora: Galera Record 
Páginas: 336
Sinopse: 
Audrey, 14 anos, leva uma vida relativamente comum, até que começa a sofrer bullying na escola. Aos poucos, a menina perde completamente a vontade de estudar e conhecer novas pessoas. Sem coragem de sair de casa e escondida por um par de óculos escuros, a luz parece ter mesmo sumido de sua vida. Até que ela encontra Linus e aprende uma valiosa lição: mesmo perdida, uma pessoa pode encontrar o amor.

Sophie Kinsella já é uma conhecida autora de chick-lits, em especial a série Becky Bloom, que conta as trapalhadas da nossa compradora compulsiva favorita. Em À procura de Audrey, a escritora mostra a sua versatilidade ao escrever um Young Adult. Para se aproximar do público jovem, o chamariz da obra é o bullying. Porém, ao invés de narrar os atos de violência, Kinsella destaca as consequências psiquiatras da agressão, os desafios do tratamento e o impacto disso nas relações familiares. 

Após sofrer bullying na escola, a jovem Audrey, em decorrência da depressão e dos transtornos de ansiedade não sai mais de casa, nem consegue manter contato visual com as pessoas, incluindo os membros de sua família. Para auxiliar no tratamento, sua terapeuta propõe que Audrey faça um documentário sobre sua rotina. Assim, o livro alterna a narrativa em primeira pessoa com a transcrição dessas filmagens. Enquanto isso, a garota se aproxima de Linus, um amigo do seu irmão mais velho, e lidar com o tratamento e com o desenvolvimento do primeiro amor é mais um desafio que Audrey terá que enfrentar. 

A escritora aproveita sua experiência voltada para o público adulto para abordar os desafios da convivência familiar, principalmente a relação entre pais e filhos. Essa situação é exacerbada pelo conflito entre a mãe e o irmão mais velho de Audrey, uma vez que a mãe, que parou de trabalhar quando a garota ficou doente, acredita que o filho está viciado em tecnologia, enquanto o garoto pretende participar de um torneio de um jogo online. Essa situação rende momentos hilários, arrancando boas gargalhadas, como é comum nos livros da Sophie Kinsella.

E assim, em À procura de Audrey a autora conquista o público jovem e o concilia com o adulto, em obra para ser lida por toda a família.