sábado, 12 de março de 2016

"Porque, se é pra imaginar, que seja algo que vale a pena."

Sinopse: Tudo parecia confortável demais na vida dos irmãos Matthew e Marilla Cuthbert, mas o coração de Matthew começou a dar sinais de que a idade lhe havia chegado. Decidiram, não antes sem muita ponderação, adotar um menino, de uns onze anos, para que pudesse receber educação apropriada e ser o ajudante de Matthew. Mas, a mão da Providência já havia agido na vida deles, e através de um erro de comunicação, uma menina ruiva, tagarela e sardenta ocupou o lugar do menino. Anne, assim que chegou a Green Gables, fica sabendo do engano, mas com sua imaginação fértil e conversa afiada, já havia conquistado o coração de Matthew. E assim começa a história de suas aventuras fascinantes, com sua “amiga do peito” Diana, e sua competição com o inteligente e perspicaz Gilbert Blyhte. À medida que Anne foi aceita em Green Gables, ela conquista também a admiração de toda a cidade de Avonlea e o encanto do seu mundo de sonho e imaginação se espalha e vai contagiar você também.

Me encantei logo de cara com a pequena Anne. Ruiva, sardenta, magrinha, aos 11 anos sempre com algo a dizer com seu vocabulário, no mínimo, difícil demais para sua idade. Possui imaginação fértil e da voz a tal imaginação; Se apaixona fácil por tudo o que vê, o que a torna uma criança fácil de lidar, e também apaixonante. Seu desejo por ser amada torna impossível não gostar dela. Me deixou a sensação de que mesmo com todas as desventuras vividas, ainda tinha uma paixão pela própria vida que a fazia ser feliz. Era consciente da própria situação, mas revertia sua tristeza em aventuras criadas na própria cabeça. Mas o que mais me encanta em Anne é sua pureza e sua inocência. A pequena não possuía nenhum tipo de mesquinhez, nem sequer poderia reconhecer a hipocrisia. As confusões em que se mete conservando em si a inocência infantil é de tirar lágrimas.

Amor, carinho, lar e família. Todos os seus sonhos podem ser resumidos nessas quatro palavras. Todas as suas ações são em busca desses quatro tópicos, e isso torna a convivência de Anne com as pessoas ao seu redor muito prazerosa. Todos se encantam por Anne. Não tem para onde fugir. Inicialmente eu achei que ela falava demais, sempre com algo a dizer, e com longas falas. Mas o tempo vai passando, e o mesmo tempo a vai moldando, mostrando-lhe onde mudar, onde conservar-se.
"Eu não mudei nem um pouco, não de verdade. Eu só estou podada e ramificada. A verdadeira EU, aqui dentro, continua a mesma de sempre . Não vai fazer a menor diferença para onde eu vou ou o quanto eu mude por fora. No fundo do meu coração, sempre serei sua pequena Anne, que amará você e Matthew, e minha querida Green Gables, mais e melhor durante todos os dias da minha vida .”
Por fim, esse clássico da literatura canadense, escrito em 1908, conquistou gerações. Infelizmente não vejo muitas pessoas falando do livro, e ele não tem tanta fama quanto alguns outros da mesma época. Não entendo o porquê, visto que esse livro é um clássico maravilhoso, com pontos tocantes, temáticas emocionantes, escrita excepcional, e uma sensibilidade indescritível. Recomendo para todo fã de clássicos. Não podemos passar sem ter Anne na prateleira e no coração.

Título Original: Anne of Green Gables
Título no Brasil: Anne de Green Gables
Autora: Lucy M. Montgomery
Editora: Pedrazul
Tradução: Tully Ehlers
Páginas: 228