quarta-feira, 9 de março de 2016

Evelina - ou A História da entrada de uma senhora para o mundo



Título Original: Evelina
Título no Brasil: Evelina
Autor(a): Frances Burney
Editora: Pedrazul Editora
Tradução: Gabriela Alcoforado
Nº de páginas: 388




       Este livro foi publicado pela primeira vez em português pela Pedrazul Editora, em 2014 (capa e ilustrações lindas *-*). É um romance epistolar sobre a entrada de uma jovem dama, com seus 17 anos, aos círculos da sociedade londrina do séc. XVIII. Escrito por Frances Burney, grande nome da literatura inglesa e uma das inspirações de Jane Austen.



       Evelina é a história de uma menina criada sem pais. A mãe morreu e o pai desconhecido por ela abandonou sua mãe logo depois de terem se casado as escuras deixando assim a garota em posição social duvidosa. Ela desde sempre tem sido criada e educada em Berry Hill, no interior, pelo Rev. Mr. Villars, a quem ela tem uma completa devoção.

       A influente família Mirvan, conhecidos de Mr. Villars, solicitam a presença de Evelina como companhia para sua única filha e para isso eles pedem permissão para que Evelina passe algum tempo com eles na cidade para que ela respire outros ares e se familiarize com os costumes em sociedade, o que deixa a garota muito animada. Com o consentimento de Mr. Villars, Evelina viaja. Eventualmente se faz necessário que a família Mirvan viaje à Londres, portanto, Evelina, que está sub seus cuidados, vai com eles e começa a frequentar teatros, operas, bailes e outros ambientes sociais. Em meio à comitiva de Mrs. Mirvan, Evelina conhece Mr. Lovel, Sir Clement Willoughby, Lord Orville, entre outros da alta sociedade. Lord Orville, por seus excelentes modos, ganha a confiança e admiração de Evelina, que prefere omitir todos os fatos desagradáveis sobre seu nascimento.
       A mãe de Caroline e portanto avó de Evelina, Madame Duval [ri muito dessa velhota senhora], uma senhora vulgar, prepotente e rude que só faz o que bem entende, veio após tantos anos de negligência solicitar sua guarda temporariamente, o que acaba sendo aceito. A pobre Evelina então se vê membro da comitiva dos Branghton, a interesseira família de Madame Duval – e consequentemente sua também – e sem escolha, passa a frequentar com eles ambientes menos adequados a uma respeitável dama.
       Em seu tempo longe de Berry Hill e da proteção do Rev. Mr. Villars, e entre as muitas aventuras, galanteios e equívocos que Evelina passa, está a oportunidade de reivindicar seu sobrenome e direitos, assim como limpar a honra de sua falecida mãe. Porém há tantos mal entendidos e tantos obstáculos que uma pobre jovem dama mal consegue dar um passo por si só sem ser vigiada, conduzida e submetida ao poder e a própria vontade de algum tutor qualquer. Evelina terá de ser forte o suficiente para controlar sua própria mente e vontades para não se deixar levar por caminhos que não deseja.
       A protagonista deste romance é ainda inocente e pura, pelo que se pode supor de seu comportamento, ainda inexperiente e ignorante da vida na alta sociedade [me lembrou muito a Catherine Morland de Jane Austen]. Sim, eu queria sacudir e dar uns tapas em Evelina, de vez em quando, para ela abrir os olhos e não ser tão ingênua. Levou 100 páginas para eu desfrutar da narrativa, porque não tenho o costume de ler em forma epistolar. Mas quando peguei o ritmo da cativante escrita de Burney não conseguia parar de ler. E, sim, eu adorei o Senhor Orville. *-*
       Desde que li A Abadia de Northanger fiquei curiosa sobre essa autora e foi uma alegria começar a minha jornada para a ficção que inspirou Jane Austen com Evelina, e eu mal posso esperar para ler mais livros dela.