sexta-feira, 12 de agosto de 2016

BEDA #12 - GDP Entrevista: Samanta Holtz

Samanta Holtz nasceu no dia 23 de abril, Dia Mundial do Livro. Começou a escrever ainda na adolescência, mas só em 2012 publicou seu primeiro livro, o romance histórico “O Pássaro”, com o qual foi premiada nos “Destaques Literários 2012”. Em 2013 publicou “Quero ser Beth Levitt” e em 2014, o livro escrito na adolescência, “Renascer de um Outono”. Também em 2014 recebeu a nomeação de Escritora Humanitária, que integra o prêmio Anita Garibaldi – em defesa dos direitos da mulher. Nessa Bienal do Livro de São Paulo, lançará seu quarto romance, “Quando o amor bater à sua porta”, pela Editora Arqueiro. Nessa entrevista, ela conta um pouco sobre a carreira como escritora, sobre seu mais novo trabalho e suas preferências literárias.

1 - Quando e como você começou a escrever?

Quando criança, meu sonho era ser redatora do Maurício de Sousa, quando eu crescesse! Então, aos 7 anos de idade, comecei a montar minhas próprias “histórias em quadrinhos”, desenhando histórias e personagens criados por mim em grandes blocos de papel sulfite grampeados no meio. Então, vieram os diários, poesias, cadernos de textos... e, aos 14 anos, comecei a escrever romances. Foi ao acaso, eu me sentei para escrever uma história pensando que ela viraria um conto e, quando percebi, ela tomava cada dia mais forma. Foi assim que nasceu “Renascer de um Outono”, meu primeiro romance, concluído aos meus 16 anos de idade.

2 - Cada autor tem um processo de escrita. Como é o seu, desde a ideia inicial até o ponto final no último capítulo? Onde você busca inspiração para os seus livros?

Para mim, não há maior inspiração do que a natureza! É lá, entre árvores e silêncio, que minha mente que acalma e tira todos os obstáculos até minha alma, que é a fonte de todas as ideias. Quando tenho uma ideia, a primeira coisa a fazer é anotar tudo o que posso pensar a respeito dela – personagens, possibilidades, caminhos, começos, meios, fins. É nesse “brainstorm” de anotações que surgem várias ideias e possibilidades novas! Também é sempre legal discutir possibilidades com minhas leitoras beta, elas acabam me apresentando ângulos que talvez, sozinha, eu não tivesse pensado. Então, quando tenho o começo, meio e fim da história idealizados e decididos, monto o roteiro e a ficha técnica dos personagens. Só então, começo a, literalmente, escrever! Gosto de escrever ouvindo música e, antes de me sentar ao computador, encher-me de energia positiva e acalmar a mente, às vezes com meditação (quando sinto que estou muito agitada). Amo o processo de escrita e, nele, muitas vezes, nascem até novas ideias, que depois preciso mudar lá no roteiro! É o momento em que minha alma trabalha por mim!

3 - Sua formação acadêmica influencia de alguma maneira a carreira de escritor?

Bastante! Sou formada em Publicidade e Propaganda, e isso ajuda muito na divulgação do meu trabalho, dos eventos e das minhas obras. Apesar das editoras com as quais trabalho terem seus departamentos de marketing e comunicação, nada substitui a divulgação do próprio escritor diretamente ao seu público!

4 - Você possui livros de diferentes gêneros de romance. Como as diferenças entre eles afetam no desenvolvimento da escrita? Você pretende explorar mais algum gênero?

O amor pode acontecer e ser explorado na literatura de tantas formas, em tantas épocas e meio a tantas culturas diferentes que, para uma escritora, é sempre delicioso explorar novas formas! Já escrevi romance histórico, romance no estilo “contos de fadas”, drama, primeira pessoa, terceira pessoa... tudo é literatura, tudo é escrita e tudo é maravilhoso! Cada estilo tem seus desafios e suas delícias, claro, mas eu não elegeria um favorito. Creio que cada história pede um jeito de ser contada, um ambiente, uma voz. Um gênero que tenho bastante vontade de explorar, quem sabe em um futuro próximo, é o suspense / policial!


5 - Há preferência entre escrever livros únicos ou séries?

Até hoje, escrevi apenas livros únicos, mas não foi por “não gostar de séries”, e sim pelo perfil das minhas ideias até então trabalhadas. Tenho a intenção de trabalhar uma série, sim, porém não de livros sequenciais, e sim de histórias paralelas e independentes umas das outras. Muita gente pede a continuação de “Quero ser Beth Levitt” e, a julgar pela força dos personagens (tanto principais quanto secundários) e das histórias paralelas contadas na história, teria sim material para fazer isso. Quem sabe um dia!

6 - Como você escolhe o local onde a história será ambientada? Você utiliza sua experiência ou faz pesquisas sobre o local? Como é o processo?

A escolha depende da história que será contada. Quando tenho uma ideia, o local e época em que ela se passará deve condizer com o que quero transmitir a respeito da personagem; seu estilo de vida, os desafios que ela vive no dia-a-dia, seu status social entre outros vários fatores. A seleção do cenário não é aleatória, e sim parte da forma como a história e as personagens serão apresentadas ao leitor! É o universo no qual ele mergulhará, e isso deve condizer com todo o resto. Normalmente eu pesquiso bastante a respeito do lugar, vejo fotos, o site da cidade, tipo da população e, se eu não o conhecer pessoalmente ainda (como é o caso da maioria dos ambientes até hoje escolhidos), caminho por ele pelo “Google Maps” (risos!). A tecnologia e a internet ajudam muito! Ainda assim, quando existe a possibilidade, eu acho fortemente recomendável ao autor caminhar pelos locais em que a história se ambientará (especialmente se ela se passar no tempo presente) para poder retratar com maior fidelidade seus traços, sensações e detalhes.

7 - Fale um pouco sobre seu lançamento mais recente. Quais foram os desafios enfrentados ao escrever essa obra?

“Quando o amor bater à sua porta” foi uma história deliciosa de se escrever, e também bastante trabalhosa. O processo de preparação do texto e revisão trouxe à tona diversos pontos a serem alterados no original, alguns por ideia minha, outros por ideia da editora. Eram detalhes, mas que fariam diferença no resultado. A questão é que, quando você mexe em um detalhe, toda a história ao redor precisa ser reajustada para que as pontas fiquem bem amarradas! Claro que seria muito mais cômodo eu cruzar os braços e deixar o manuscrito do jeito que estava, porém não meço esforços quando se trata de levar ao leitor a melhor história. E, com uma equipe competente como a da Sextante trabalhando em parceria comigo, foi ainda mais prazeroso fazer isso!



8 - Qual é o papel da sua família na carreira literária?

Minha família é onde estão meus maiores incentivadores, meus maiores fãs, aqueles que sempre me apoiaram e acreditaram que eu alcançaria os sonhos que hoje são realidade. Inclusive, minhas duas “fãs número meio” são minha irmã e minha tia, Tatiana e Nete, e elas compõem o trio de leitoras beta dos meus livros, que é completado por minha prima Ana Paula. Desde pequena, só o que recebo deles é apoio e muito amor. Mesmo quando eu desanimava e achava que as coisas não iam acontecer, vinham meus pais, minhas irmãs, meus primos, minhas tias e me jogavam para cima de novo. Um grande exemplo disso é a história da “tia cara de pau”, que contei recentemente no Youtube e resultou até mesmo em uma ligação da Vera Holtz em meu celular para me agradecer! (risos) 

9 - Como é seu relacionamento com a atual editora?

É maravilhoso! Eu já tinha apenas motivos para ser grata, desde os primeiros passos da minha carreira, mas despertar o interesse da Sextante e ser contratada por eles foi mais um sonho realizado! Como sabemos, eles não recebem material não solicitado para analisar, então, quando eu soube que queriam ler meus originais, já foi uma grande honra. E a experiência de trabalhar com eles tem sido maravilhosa! É admirável o profissionalismo, a atenção que nos dedicam, a agilidade no trabalho. Dá até a impressão que você é o único autor deles, de tão eficientes que são (risos)! E a Alê, minha editora, nossa! Todos os elogios do mundo seriam insuficientes aqui. Ela abraça e adota a história como se fosse dela... se você estiver trabalhando de madrugada e bater uma crise às três da manhã, ela te atende, ela liga o computador e trabalha junto. Uma profissional competente, inteligente, maravilhosa, querida... sem palavras!

10 - Quais são seus autores favoritos?

Nossa, são tantos! Vou escolher alguns: amo os romances da Carina Rissi e do Maurício Gomyde, são sempre fenomenais! Também os livros de Dan Brown, cuja inteligência e sagacidade são incomparáveis. Leio tudo da Sophie Kinsella, as histórias dela são sempre hilárias e originais! E gosto muito também da J. K. Rowling, autora da minha série favoritíssima! Acho muito inteligente a forma como ela amarra mínimos detalhes e cria enredos ricos e fantásticos (em todos os sentidos!).

11 - Qual é o papel das redes sociais no relacionamento com os leitores? Quais mídias você mais utiliza?

São fundamentais! Fico imaginando o que seria de mim sem elas... acho que eu passaria o dia inteiro respondendo cartas, pois simplesmente não sei como viver sem o contato com os leitores (risos)! Aliás, também me comunico com alguns deles dessa forma, e acho uma delícia (embora nem sempre tenha tempo para responder com a agilidade que merecem!). Uso muito o Facebook e tento ler e responder tudo o que me enviam, seja em comentários, inbox, na página, no perfil pessoal... como o site tem limite de notificações para mostrar, sei que muita coisa acaba se perdendo quando finalmente consigo parar para ver tudo, mas felizmente tenho os leitores mais compreensivos do mundo! Também uso bastante o Instagram, o Twitter e o Snapchat, onde faço minhas “reflexões diárias”. No Youtube, desde abril, posto vídeos toda terça-feira com dicas para novos escritores, além de outros temas que abordo quando consigo algum tempinho para o canal! Mas os vídeos semanais do “Sou escritor, e agora?”, esses eu levo à risca!

Link das redes, caso alguém deseje conferir:

12 - Quais são suas expectativas para a Bienal de São Paulo? Em quais dias você estará presente no evento?

Estou muito feliz com o lançamento do novo livro! Espero reencontrar muitos leitores e escritores queridos, e também conquistar muitos novos leitores, já que agora estou em uma nova casa editorial. Já tenho percebido essa tendência nas redes sociais, bastante gente conhecendo meu trabalho a partir desse novo livro, ou até mesmo que já me conheciam, mas começarão a ler agora. A mudança de editora também interfere em quem lê ou não nosso trabalho, muita gente conhece mais os lançamentos de uma editora do que de outra! Estou animadíssima e, quem quiser me encontrar por lá, estarei nos seguintes dias (disponível no evento do Face



13 - Você pode partilhar com a gente sobre futuros projetos?

Já tenho 2 originais prontos, mas que vão esperar um pouco para serem publicados porque exploram um gênero um pouco diferente do qual eu já trabalho! Tenho algumas histórias em mente para serem roteirizadas e, claro, ainda precisarão de bastante trabalho até que possam ser consideradas “prontas para virarem livros” (risos)... Mas a “sementinha” do enredo já está aqui, e o bom é que as ideias, graças a Deus, não param nunca!

OBRIGADA!!!


Eu que agradeço, do fundo do coração, pelo convite para a entrevista! Espero que tenham gostado de conhecer mais a respeito de mim e do meu trabalho, e espero encontrar todos vocês na Bienal para um abraço bem apertado! <3