domingo, 20 de março de 2016

"Eu daria o mundo para ter mais uma pessoa pela qual daria minha vida." - Os Bridgertons #7

Título no Brasil: Um Beijo Inesquecível
Título Original: It’s in his kiss
Autora: Julia Quinn
Tradução: Cláuda Costa Guimarães
Editora: Arqueiro
Páginas: 272

Sinopse: “Toda a alta sociedade concorda que não existe ninguém parecido com Hyacinth Bridgerton. Cruelmente inteligente e inesperadamente franca, ela já está em sua quarta temporada na vida social da elite, mas não consegue se impressionar com nenhum pretendente. Num recital, Hyacinth conhece o belo e atraente Gareth St. Clair, neto de sua amiga Lady Danbury. Para sua surpresa, apesar da fama de libertino, ele é capaz de manter uma conversa adequada com ela e, às vezes, até deixá-la sem fala e com um frio na barriga. Porém Hyacinth resiste à sedução do famoso conquistador. Para ela, cada palavra pronunciada por Gareth é um desafio que deve ser respondido à altura. Por isso, quando ele aparece na casa de Lady Danbury com um misterioso diário da avó italiana, ela resolve traduzir o texto, que pode conter segredos decisivos para o futuro dele. Nessa tarefa, primeiro os dois se veem debatendo traduções, depois trocando confidências, até, por fim, quebrarem as regras sociais. E, ao passar o tempo juntos, eles vão descobrir que as respostas que buscam se encontram um no outro... e que não há nada de tão simples – e de tão complicado – quanto um beijo.”


Nossos leitores já sabem que somos fãs assumidas de Julia Quinn. A autora teve um Especial sobre as série The Bridgertons (é só procurar a tag Especial Os Bridgertons) todinho pra ela! Resenhamos os 6 livros até então publicados - mas dessa vez resolvemos fazer diferente. Combinamos um mini debate online entre as fangirls oficiais de Julia Quinn aqui no GDP (a mineira Aline e a carioca Michelle) para conversarmos sobre o último lançamento da autora no Brasil, “Um Beijo Inesquecível”. 



Inicialmente paramos para traçar um paralelo quanto as datas. Percebemos que os últimos casamentos da família Bridgerton aconteceram no intervalo de um ano. Assim que história do Colin termina, a da Eloise começa, e a da Francesca se desenvolve paralelamente a dos dois irmãos. Tanto que os casamentos dos três acontecem com diferença de semanas. E os acontecimentos da história da Hyacinth acontecem no ano seguinte. Família rápida, não?! 



Hyacinth cresceu, não é mais aquela moleca que pediu para Simon esperá-la no primeiro livro [rs]. Se tornou possivelmente a mulher mais inteligente de Londres! Esperta, bonita, de uma família influente e um belíssimo dote, porém, em quatro temporadas, não recebera muitas propostas, e recusara todas. Contava entre os poucos que gostavam de Lady Danbury: suas mentes eram compatíveis, o que as deixava realmente próximas, e afastava mais pretendentes do que atraía admiradores. Exceto, é claro, Gareth. 



Gareth era neto de Lady Danbury por parte de mãe e, após a morte do irmão mais velho, era também a única parente a quem realmente amava. Adorava o jeito da avó, e passou a admirar sua "cópia"! Com um desafio em mãos - o diário de sua avó paterna escrito totalmente em italiano - ele se vê cada vez mais próximo de Hyacinth, que se voluntariou a traduzir o diário. Seus encontros, agora mais frequentes, deram-lhe oportunidade de conhecê-la melhor, e passar a gostar dela, mais do que queria a princípio. Suas mentes também são compatíveis, e talvez ele seja de fato o único homem de toda Londres compatível com a nossa heroína. E com essa inteligência, um charme inegável e um sendo de humor apaixonante aliados, não é de se espantar que tenha conquistado aquela que ninguém havia conseguido alcançar ate então. 



A estrutura do texto, pautado no diário de Isabella, também foi apontada. Deixou a leitura mais divertida - sim, é possível - e cheia de ação. Contudo, sentimos falta de alguns personagens: os irmãos [em especial nosso querido Colin], sempre tão presentes na vida das irmãs, mas apenas Anthony, uma vez que é o patriarca da família, e Gregory, que começou a aparecer mais em “Para Sir Philip, com amor” aparecem na história. Entendemos que cada um tem a sua família agora e também possuem projetos paralelos, mas isso não impediu de sentirmos falta deles; e outra personagem de quem sentiremos falta eternamente é a querida Lady Wishtledown, com seus comentários nada sutis e suas tiradas hilárias, uma vez que sua identidade já foi revelada anteriormente. Por outro lado, continuamos contando com a presença de Violet Bridgerton e a matriarca se revela cada vez mais adorável, e os diálogos com Hyacinth proporcionam alguns momentos emocionantes. 



Passamos então a falar de Lady Danbury. Todos morriam de medo dela, como mostram nos outros livros, mas a Penélope e a Hyacinth eram as personagens jovens mais próximas dela, aí deu para conhecê-la melhor nos livros 4 e 7. Esse em especial deu um foco à Lady Danbury que antes nenhum havia dado, o que contribuiu para conhecê-la melhor, o que foi incrivelmente divertido. Sutileza não é seu forte, e seus esforços para juntar o neto, Gareth, a Hyacinth Bridgerton renderam muitas risadas! [Surgiu uma comparação entre Lady Danbury com Violet Crawley de Downton Abbey. O que vocês acham?]



Outra coisa legal é que a Julia trabalha de novo com o tema relações abusivas entre pai e filho, assim como foi no primeiro e no quinto livro. Porém cada um é abordado de uma maneira diferente. Simon Basset foi rejeitado pelo pai e por isso queria se vingar. Philip Crane vivia em conflito sobre a maneira de criar os filhos, uma vez que o pai o agredia, e assim ele não conhecia outra maneira de “conquistar” o respeito das crianças. No caso de Gareth Saint Clair, vemos no prólogo que ele descobre o motivo do pai não tratá-lo bem: ele é bastardo, fruto de uma “aventura” da mãe, e por isso o “pai” o rejeita. O rapaz sentiu muito a rejeição, mas ter uma boa relação com o irmão e a avó materna o ajudou, uma vez que se sentia amado por essas pessoas.

Também gostamos muito das referência indiretas a A Abadia Northanger da Jane Austen, quando Lady Danbury e Hyacinth “tiram algum sarro” romances góticos. O jeito como os capítulos começavam também foi genial,e mais uma referência aos góticos, porque Hyacinth acaba vivendo sua própria aventura, graças ao diário e a caça ao tesouro, que também foi sensacional.

Um Beijo Inesquecível apresenta as melhores características dos livros da Julia Quinn: bom humor e um romance que nos conquista a cada página, além de protagonistas cativantes. Há grandes chances que, ao terminar a leitura, ele se torne um dos favoritos da série, assim como foi para nós.