quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Claros Sinais de Loucura

Título Original: Sure Signs of Crazy
Título no Brasil: Claros Sinais de Loucura
Autora:Karen Harrington
Tradução:Edmundo Barreiros
Editora:Intrínseca
Páginas: 254
Sinopse:
Você nunca conheceu ninguém como Sarah Nelson. Enquanto a maioria dos amigos adora Harry Potter, ela passa o tempo escrevendo cartas para Atticus Finch, o advogado de O sol é para todos. Coleciona palavras-problema em um diário, tem uma planta como melhor amiga e vive tentando achar em si mesma sinais de que está ficando louca. Não é à toa: a mãe tentou afogá-la e ao irmão quando eles tinham apenas dois anos, e desde então mora em uma instituição psiquiátrica. O pai, professor, tornou-se alcoólatra.
Fugindo da notoriedade do crime, ele e Sarah já se mudaram de diversas cidades, e a menina jamais se sentiu em casa em nenhuma delas. Com a chegada do verão em que completa doze anos, ela está cada vez mais apreensiva. Sente falta de um pai mais presente e das experiências que não viveu com a mãe, já se acha grande demais para passar as férias na casa dos avós, está preocupada com a árvore genealógica que fará na escola e ansiosa pelo primeiro beijo de língua que ainda não aconteceu.
Mas a vida não pode ser só de preocupações, e, entre uma descoberta e outra, Sarah vai perceber que seu verão tem tudo para ser muito mais. Bem como seu futuro.

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Sarah Uma pré-adolescente que vive procurando sinais de loucura nela mesma, o motivo sua mãe que vive em um hospital psiquiátrico desde matar um filho ( o irmão gêmeo de Sarah) e de tentar matar a própria Sarah com apenas dois anos. Seu pai, um alcoólatra, não ajuda muito a jovem protagonista a superar seus traumas e receios da idade, e no caso de Sarah esses medos são muito maiores do que o normal. Ela e o pai vivem se mudando em uma tentativa de fugir da repercussão que o caso de assassinato na família ainda tinha e por esse motivo Sarah não tinha nenhum outro amigo além da sua planta.

Com um enredo envolvente e bem incomum, nos envolvemos com a história da jovem Sarah que no verão do seu aniversario de 12 anos se vê com mais problemas do que qualquer outra garota de sua idade. O temido trabalho sobre sua árvore genealogia, o primeiro beijo, a falta de amigos, as férias na casa dos avós, as palavras problemas- que ela anota no diário para evitar usá-las novamente- e seus sinais de loucura são alguns dos problemas que Sarah narra de uma forma muito divertida.

O livro possui uma leitura super fácil e gostosa, mas nem por isso sua história é simples e massante , muito pelo contrario, ela é bem complexa e detalhada. A vida de Sarah, apesar de ser bem diferente da vivida por muitas jovens de sua idade, mostra muito claramente os medos e inseguranças que vivemos nessa transição da vida de criança para a adolescência.

Um ponto que amei no livro é as cartas que a personagem escreve para Atticus Finch, personagem do clássico O sol é para todos, onde ela conta sua história e seus problemas para ele de uma forma muito divertida e bem humorada. Também não posso deixar de citar as palavras problemas que Sarah se vê obrigada a buscar seus significados, que foi algo que me fez amar ainda mais o livro, pois quantas vezes usamos palavras sem sabermos seus verdadeiros significados de origem? E na vida de Sarah isso pode se tornar um grande problema.


Karen Harrington conseguiu criar uma narrativa leve, divertida e muito gostosa de ler. Eu amei cada página do livro e me diverti muito e também fiquei comovida com as tragedias da vida da pequena e louca Sarah.  Recomendo muito esse livro.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Lynn e a Irmandade do Esmeralda



Título: Lynn e a Irmandade do Esmeralda

Autor: Pedro Ivo Oliveira

Editora: D’Plácido

Páginas: 424

Sinopse: Quando o melhor amigo de Lynn, Cigano, alega ter encontrado um mapa elaborado pelo próprio Barba Dourada, seus companheiros imaginam se tratar apenas de uma desculpa para se aventurarem na ilha onde o lendário capitão pirata supostamente escondeu seu tesouro séculos atrás. O que o grupo de adolescentes não sabe é que o lugar para o qual se dirigem é protegido por um ancestral Deus da Morte e sua misteriosa maldição, e que a sobrevivência de cada um deles dependerá do quão forte forem seus laços de amizade. Enquanto isso o mago Morgan viaja através da Europa em uma tentativa desesperada de colocar em marcha diversos eventos necessários para a improvável salvação da humanidade.



Olá pessoal! Sentiram a minha falta? Hoje eu estou aqui para falar do primeiro livro que leio de Pedro Ivo Oliveira e que fiquei feliz em saber que é o primeiro de uma saga.

Como vocês já puderam perceber na sinopse da editora Lynn e a Irmandade do Esmeralda é uma aventura entre amigos que resolvem ir atrás de um tesouro perdido numa ilha cercada por elementos fantásticos. Vamos falar sobre os personagens que acompanhamos nessa aventura?

O primeiro que temos que falar é sobre Lynn, o garoto com um grande destino pela frente. Ele é filho de Éfiro e sua esposa que morreram no dia que seu filho nasceu (isso não é spoiler povo! No primeiro capítulo do livro conhecemos essa tragédia) e é adotado por um casal e vivem em uma pequena vila da Inglaterra. Agora você me pergunta quem é Éfiro e qual a importância dos pais de Lynn para a história toda? É só você lembrar da familiar Potter (esse sobrenome é familiar?).

No livro também conhecemos Cigano (o melhor amigo), Gibbs (responsável por cuidar de sua mãe doente), Joe (o nerd do grupo), e Touro (consegue adivinhar o porque desse apelido? Isso mesmo! Devido a sua força física!). Temos também Morgan (o mago) que é quase o mentor do nosso querido Lynn.

Além disso, a história é narrada por um tio ao seu sobrinho. Aí você me pergunta: que tio? Que sobrinho? Também quero saber (devemos encher a caixa de correio do Pedro para ele enfim liberar a informação?)... Mas o mais interessante dessa narrativa é que muitas vezes temos a impressão de que nós somos o sobrinho.

Para terminar quero falar só de uma coisa que me incomodou um pouco os excessos de adjetivos.... Achei que em alguns momentos era desnecessário o uso deles, mas eu sou uma mera leitora não é mesmo?



Para finalizar quero dizer que se você é fã de uma aventura, leu e gostou de aventuras como senhor dos anéis. Gostou do filme “Conta Comigo” (principalmente se você nasceu nos anos 90 e assistiu a esse filme na Sessão da Tarde).

Se interessou pela história? Compre no site da livraria
Bem  isso é tudo pessoal!
Até a próxima
Deborah M.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Uma viagem ao Inferno



Ficha Técnica
Título Original: Inferno
Autor: Dan Brown
Páginas: 448
Editora: Arqueiro

Olá, leitores de Pemberley! Hoje estou aqui pra falar um pouquinho pra vocês sobre o livro Inferno, do Dan Brown, que no Brasil é publicado pela nossa querida parceira Arqueiro. Não é segredo pra ninguém que me conhece que sou apaixonada pelo personagem Robert Langdon, então claro que quando a editora me mandou a obra fiquei toda saltitante e li em dois dias.

Sinopse: Neste fascinante thriller, Dan Brown retoma a mistura magistral de história, arte, códigos e símbolos que o consagrou em "O Código Da Vinci", "Anjos e Demônios" e "O Símbolo Perdido" e faz de Inferno sua aposta mais alta até o momento.

No coração da Itália, Robert Langdon, o professor de Simbologia de Harvard, é arrastado para um mundo angustiante centrado numa das obras literárias mais duradouras e misteriosas da história: O Inferno, de Dante Alighieri.

Numa corrida contra o tempo, ele luta contra um adversário assustador e enfrenta um enigma engenhoso que o leva para uma clássica paisagem de arte, passagens secretas e ciência futurística. Tendo como pano de fundo poema de Dante, e mergulha numa caçada frenética para encontrar respostas e decidir em quem confiar, antes que o mundo que conhecemos seja destruído.

Assim como em Anjos e Demônios, a história do livro se passa na Itália, só que desta vez não há nada relacionado ao Vaticano, Roma ou Igreja Católica (tirando as igrejas antigas, é quase obrigatório para o Robert dar uma passadinha nelas para descobrir pistas). Só a ambientação que se passa na Toscana já é maravilhosa, especialmente se você ler com o Google Imagens aberto. Mas fica ainda melhor. Ele mistura arte, história e literatura num combo só!

Agnolo Bronzino (1530): Dante olha em direção ao Purgatório
O livro começa com uma pessoa misteriosa se matando e Langdon acordando em um hospital em Florença. Em sua cabeça um buraco de bala. Ele sonha com visões distorcidas de uma mulher grisalha, a máscara da peste e pessoas no inferno. Uma médica o atende e minutos depois alguém invade o quarto tentando matar o professor. Mais tarde, descobre que em seu paletó um objeto misterioso. Ele contém o mapa do inferno.

A partir daí ele sai pela cidade tentando descobrir o mistério do mapa e acaba se envolvendo em uma questão de biossegurança que pode até mesmo destruir toda a humanidade. Acompanhado da médica Siena ele passa por museus, igrejas, locais relacionados a vida de Dante Alighieri e desvenda quadros e trechos da Divina Comédia deixados por um especialista em genética humana que parece achar que o mundo tem gente demais.

Além de Florença, ele acaba viajando por outras cidades cheias de histórias e de alguma forma ligadas a Dante (ou não). Aos poucos a memória dele volta e o quebra-cabeças se encaixa. Se tratando de Dan Brown, um recado é sempre válido: Não confie em ninguém e nem tudo o que parece é. A virada no enredo na metade do livro beira ao surreal, mas depois de você ficar com cara de “WHAT THE FUCK IS THAT?” eu prometo que tudo volta aos trilhos e o final, pelo menos eu, não esperava que fosse daquele jeito.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

[Coisas pelas quais Jane Austen não passou] E agora? Acabou o papel!


Ai gente, tem coisa mais desagradável do que ir ao banheiro e ao terminar perceber que acabou o papel higiênico? Se tem, é difícil definir. Seja em casa ou na casa de estranhos [principalmente na casa de estranhos] essa é uma situação que todos nós já passamos alguma vez na vida. E quem não passou, vai passar! Mas será que Jane Austen passou por isso??? Hummmm... Será???

Vamos a uma viagem no tempo!

A higiene é um assunto um tanto desagradável quando pensamos nos séculos XVIII e XIX. A ideia do banho, onde a pessoa tira toda a roupa e se lava, só foi disseminada quando já próximo de 1900, e o papel higiênico não foi inventado até o final de 1800. Mas então, como que funcionava essa parte inevitável da vida?

Bem, desde que o mundo é mundo como o conhecemos, nós temos o que chamamos de necessidades fisiológicas. Nossa geração é muito feliz por já ter nascido numa era em que certos apetrechos já haviam sido inventados, como a privada, o chuveiro, o absorvente [e eu nem vou entrar na questão do absorvente!]. No entanto, Austen pode não ter sido tão feliz assim. Abaixo temos duas fotos, a da esquerda representando um tipo de privada portátil do século XVIII, e a da direita mostrando um Urinol. Sim, é pra isso mesmo que você pensou.

Mas Michelle, então não havia privada? Não! Na época haviam pequenos cômodos externos à casa
principal onde havia uma ou mais latrinas. Uma ou mais porque na verdade era comum compartilhar esses locais com outras pessoas. A ideia de privacidade não existia. Eu sei, difícil imaginar... Observe a imagem ao lado, representando um banheiro público muito antigo, aproximadamente do século IV. A primeira coisa que veio a minha cabeça foi "que diabos é isso na mão deles?". E sim, é isso mesmo que você está pensando!

Mas é claro que as coisas foram mudando com o tempo, e isso inclui os banheiros! [Amém!] No séc XVIII ainda não havia um banheiro propriamente dito, e dentro de casa eram usados os Urinóis. Depois veio a "casinha", com latrinas. E agora, falemos do "papel higiênico". Os ricos tinham opções leves e sedosas para se limpar, como o linho, e ate mesmo a seda. Os pobres não tinham essa opção. Alguns utilizavam tiras de tecido, outros utilizavam musgo ou folhas.Os romanos é que vieram com a ideia de enrolar um pano em uma vara e molhar o pano [o que na verdade foi uma das ideias mais inteligentes com as quais me deparei nas pesquisas, como mostra a imagem ali em cima] proporcionando uma limpeza melhor. E se tudo falhasse, ia na mão mesmo, fazer o que?

A tecnologia utilizada na privada, que levava de maneira subterrânea os dejetos, só foi produzida em 1880, em Paris. Foi então que as casinhas começaram a ser substituídas por cômodos dentro de casa. Ou seja, Jane Austen nunca viu essa preciosidade. Posso ate imaginar seus olhos brilhando de pura emoção. E quanto ao papel higiênico, queridos, nada nunca vai substituir a boa e velha ducha higiênica!

http://super.abril.com.br/ciencia/o-inventor-da-privada/
http://revoada.net/10-fatos-horriveis-sobre-o-seculo-18/

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

[Resenha] O Feiticeiro de Terramar



Título no Brasil: O Feiticeiro de Terramar
Título Original: The Wizard of Earthsea
Autora: Ursula K. Le Guin
Tradução: Ana Resende
Editora: Arqueiro
Páginas: 176

Sinopse: Há quem diga que o feiticeiro mais poderoso de todos os tempos é um homem chamado Gavião. Este livro narra as aventuras de Ged, o menino que um dia se tornará essa lenda. Ainda pequeno, o pastor órfão de mãe descobriu seus poderes e foi para uma escola de magos. Porém, deslumbrado com tudo o que a magia podia lhe proporcionar, Ged foi logo dominado pelo orgulho e a impaciência e, sem querer, libertou um grande mal, um monstro assustador que o levou a uma cruzada mortal pelos mares solitários. Publicado originalmente em 1968, O feiticeiro de Terramar se tornou um clássico da literatura de fantasia. Ged é um predecessor em magia e rebeldia de Harry Potter. E Ursula K. Le Guin é uma referência para escritores do gênero como Patrick Rothfuss, Joe Abercrombie e Neil Gaiman.

Quem aqui já assistiu Jane Austen Book Club? No filme, um grupo de seis adultos se reúne para conversar sobre as obras da Jane Austen. O único homem do grupo é Grigg, fã de ficção científica e que nunca lera Jane Austen. Sua escritora favorita é Ursula K. Le Guin, e desde então tenho vontade de ler alguma obra dessa autora. A oportunidade surgiu com o lançamento, pela Editora Arqueiro, de O Feiticeiro de Terramar, primeiro livro do Ciclo de Terramar, composto por cinco livros. 

O livro conta a história de um garoto órfão que mais tarde será um dos feiticeiros mais poderosos da sua geração. Vocês devem estar achando o enredo semelhante ao de outra série super famosa de fantasia, né? Mas foi Ursula, no final da década de 1960, instigada por um editor, que escreveu um dos primeiros livros de fantasia voltado para o público adolescente. Nessa obra, a autora criou um universo fantástico digno dos grandes autores de fantasia que a inspiraram, como Tolkein, Mas ao invés de narrar os grandes feitos de um feiticeiro maduro, como o Gandalf e Merlin, nesse livro conhecemos a história de Ged, um rapaz brilhante, mas que tem que aprender na marra que “com grandes poderes vêm grandes responsabilidades” e pela primeira vez temos uma história de garoto aprendendo a ser mago. 

Apesar de seguir características do cânone tradicional da fantasia, O Feiticeiro de Terramar apresenta um elemento subversivo, como é comum nas obras de Le Guin, uma vez que temos um protagonista não branco (não vou contar sua etnia, para saber isso, só lendo o livro). Em tempos em que questões como representatividade tem ocupado um papel tão importante no ambiente literário, saber que uma escritora defendia essa bandeira já na década de 1960 é inspirador. Além disso, a história é mais que uma batalha entre o Bem e o Mal, mas uma jornada de autodescoberta, em que o protagonista tem que descobrir quem é o seu inimigo. E a jornada, às vezes, costuma ser mais interessante que o destino final.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

[RESENHA] Entre a Ruína e a Paixão - Sarah MacLean

Sinopse: Uma noiva desaparecida na véspera de seu casamento. Um poderoso duque acusado de assassinato. Uma noite que mudou duas vidas para sempre. Temple viu seu mundo desmoronar quando acordou completamente nu e desmemoriado em uma cama repleta de sangue. Destituído de seu título e acusado de assassinato, o jovem duque foi banido da sociedade. Doze anos depois, recuperado em sua fortuna e seu poder como um dos sócios do cassino mais famoso de Londres, sua redenção surge quando a única pessoa que poderia provar sua inocência ressurge do mundo dos mortos. Após doze anos desaparecida, Mara Lowe se vê obrigada a reaparecer quando seu irmão perde toda a fortuna da família nas mesas do cassino do homem cuja vida ela arruinou. Temple quer provar a todos que é inocente e, sobretudo, se vingar e destruir a vida daquela mulher, enquanto Mara precisa enfrentar o passado para recuperar seu dinheiro. Assim, os dois formam um acordo obsceno que os une em um jogo de poder e sedução. Mas ambos descobrem que a realidade esconde muito mais do que as aparências revelam e eles se veem em uma encruzilhada na qual precisam escolher entre lavar a honra do passado e garantir o futuro ou ceder ao desejo de se entregarem de vez à irresistível atração que sentem um pelo outro, mas que pode arruiná-los para sempre.
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Não posso deixar de, mais uma vez, enaltecer Sarah MacLean por seus personagens tão bem construídos. No entanto, como já falei aqui, o que mais me encanta em seus livros são suas personagens femininas. Nos dois livros anteriores da série, conhecemos Penélope e Phillipa, duas irmãs muito diferentes, porém idênticas no quesito persistência e coragem. Criar mulheres corajosas, persistentes, inteligentes e fortes tem sido o ponto alto de MacLean em seus livros, não apenas nessa série, o que mostra que é uma marca da própria autora. Mulheres que desafiam a sociedade, que têm personalidade própria, força de vontade, são honestas consigo mesmas, e lutam. 

Temple nós já conhecemos nos livros anteriores, no entanto, nos são apresentados detalhes importantes. Willian Harrow é Marquês de Chapin e herdeiro do ducado de Lamont, que teve sua vida inteiramente modificada na noite anterior ao casamento do pai. Temple tinha suas diferenças com o pai - o que parece ser também uma característica em comum da maioria dos personagens masculinos de Sarah - mas estava em casa para o casamento do pai. Ainda não conhecia sua nova madrasta, mas também não se importava, só ficaria para o casamento e depois iria embora. Mas aí conhece Mara, a noiva de seu pai, que num plano maluco de “liberdade” e fuga, acaba o envolvendo, e o tornando suspeito de assassinato, acabando com todas as suas possibilidades de futuro, transformando-o, para a sociedade, no Duque Assassino.

Saindo do lugar comum, onde as mocinhas são ladys sensíveis e recatadas, Mara Lowe nasceu e cresceu em um lar com um pai violento e abusivo, diversos anos mais velho que sua mãe, que não tratava bem aos seus filhos nem a sua mãe. Ao ver esse cenário, Mara teme ter um futuro igual ao da mãe, por isso planeja uma nova vida, independente de marido ou título. Para isso, conta apenas com a ajuda do irmão para seu plano dar certo. E dá. Mas foi mais longe do que ela planejara, mas já não podia voltar atrás.

Anos mais tarde, porém, suas vidas se cruzam novamente. Temple se tornou um dos sócios do maior clube noturno masculino de Londres, recuperando sua fortuna, aumentando-a, e adquirindo poder. O clube tinha muitos associados, entre eles o irmão de Mara, que apostou toda a fortuna da família nas mesas do clube. Por isso, Mara precisa voltar do “mundo dos mortos” e resgatar seu dinheiro. E então a história começa. Temple vê que realmente era inocente das acusações - coisa que ele não tinha certeza, já que bebeu naquela noite e esqueceu tudo o que havia acontecido - e passa a manipular a moça a fim de se vingar e de mostrar para a sociedade quem ele não era. O que nenhum dos dois esperava era que a atração que os uniu uma noite doze anos atrás ainda estivesse tão forte agora.

“Ela era alta e cheia de curvas, exatamente do jeito que ele gostava das mulheres, pois combinava com sua própria altura e seu tamanho[...]. E ela tinha um sorriso que o fazia pensar em inocência e pecado ao mesmo tempo. E os olhos dela… ele nunca tinha visto olhos como aqueles; um era azul como o mar de verão, e o outro era quase verde. Ele passou muito tempo fitando aqueles olhos, fascinado por eles, grandes e convidativos.”

O cliché do livro é o de que “o amor pode romper todas as barreiras”. Entre a Ruína e a Paixão trata de redenção e segundas chances. Ambos, Temple e Mara, precisam se redimir, necessitam do perdão que só um pode conceder ao outro. E esse perdão trará uma segunda chance, tanto para Mara, que se livrará da culpa e poderá recomeçar sua vida, quanto para Temple, que limpará seu nome e ganhará muito mais prestígio. As cenas que nos levam para o final feliz são fluidas, engraçadas, reflexivas, intensas. Cheio de reviravoltas e surpresas, Sarah nos dá uma trama deliciosa, com uma narrativa leve e história fechada. É uma delícia.
Por fim, só posso dizer que amei o livro, super recomendo a série, e que com essa série Sarah MacLean ganhou um espaço entre meus autores favoritos. Não poderia dar menos de 5 estrelas [exceto, talvez, por alguns erros ortográficos e gramaticais, mas coisa de primeira edição]. Por mais cliché que possa parecer, é um livro surpreendente, divertido e encantador. Leiam!

Título Original: No Good Duke Goes Unpunished
Título no Brasil: Entre a Ruína e a Paixão
Série: O Clube dos Canalhas
Autora: Sarah MacLean
Editora: Gutemberg
Tradução: A.C. Reis
Páginas: 304