quinta-feira, 30 de julho de 2015

Clube do Livro - Harry Potter e a Pedra Filosofal

Por As Garotas de Pemberley


Título Original: Harry Potter and Philosopher's Stone
Título no Brasil: Harry Potter e a Pedra Filosofal
Autora: J. K. Rowling
Editora: Rocco
Tradução: Lia Wyler
Páginas: 224

Primeiro livro da Saga
No nosso Clube do Livro do mês de Julho aproveitamos o período de férias para discutirmos duas obras. Na semana passada apresentamos uma transcrição do debate de O Pequeno Príncipe. Nessa semana nós discutimos sobre Harry Potter e a Pedra Filosofal, primeiro livro da série escrita pela escritora inglesa J.K. Rowling. 

 Assim como O Pequeno Príncipe, Harry Potter marcou muitas das Garotas de Pemberley, contribuindo para a formação do nosso hábito de leitura. Harry Potter conta a história de um garoto órfão que no seu aniversário de 11 anos descobre ser um bruxo e vai estudar na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Lá, além de desenvolver suas habilidades, Harry conhece as circunstâncias que envolvem a morte do seus pais, provocada por um ataque de Lorde Voldemort, um bruxo das trevas que pretende dominar o mundo bruxo. Além disso, faz muitas amizades, em especial Hermione e Rony. 


Onde estão nossas cartas de Hogwarts?
Apesar de para o debate termos lido somente o primeiro livro, a discussão abrangeu a série completa. Compartilhamos as lições aprendidas, as frases que mais nos marcaram, qual é a nossa casa em Hogwarts (tem GDP em todas as casas), quais eram as matérias que mais gostávamos e o que seríamos depois de formados. 

Além disso destacamos os personagens que mais gostávamos, nossos livros favoritos, discutimos teorias sobre a série e seus personagens e compartilhamos dicas de fanfics. O desejo que a J.K. escreva mais sobre esse universo foi defendido pela maioria. Quanto aos filmes, todas gostamos das adaptações, apesar de algumas coisas, como a descaracterização de alguns personagens, (ex. Gina Weasley). Os elogios ao elenco foram unânimes, principalmente ao elenco adulto, que possui uma longa trajetória no cinema britânico. Quem também é Janeite e Potterhead compartilhe sua opinião nos comentários!!!


Título Original: Harry Potter and Philosopher's Stone
Título no Brasil: Harry Potter e a Pedra Filosofal
Diretor: Chris Columbus
Distribuição: Warner
Classificação: Livre
Tempo: 152 min

sábado, 25 de julho de 2015

Dia Nacional do Escritor

Coleção da Aline
Hoje é comemorado o Dia Nacional do Escritor e nós não poderíamos deixar passar em branco. Esta data foi instituída em 1960 pela União Brasileira de Escritores visando celebrar a importância dos profissionais das letras que muitas vezes não são valorizados. 

Os escritores são pessoas maravilhosas que com as palavras nos levam para viajar, nos provocam as emoções mais diversas, nos fazem refletir e de quebra registram a história do nosso país. Independente do tema, seja em conto, crônica, poema ou novela, o escritor tem o dom de usar a palavra pra expressar pensamentos e de alguma forma nos tocar. Mesmo que seja para discordarmos ou querermos bater no personagem. 

Há que diga que a literatura nacional é pobre, alguns até leem as obras atuais mais odeiem os clássicos (trauma de escola?), há ainda outros que idolatrem as obras antigas e digam que depois do Modernismo nada que preste foi feito. Mas, na nossa opinião, a literatura brasileira tem muita qualidade, sim!

Das obras mais clássicas até os livros publicados hoje em dia, há muita coisa boa que merece ser valorizada. Existem muitos autores brasileiros que merecem reconhecimento e admiração independente da época ou escola literária. Então hoje, no dia do escritor, queremos fazer um convite: Vamos ler mais mais obras nacionais?

Feliz dia do escritor!

(para mais fotos das nossas coleções, clique aqui

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Clube do Livro - O Pequeno Príncipe


No nosso último debate foram discutidos o livro e o filme O Pequeno Príncipe. Dentre todos os
nossos debates, esse de longe foi o mais reflexivo e “filosófico”, talvez por todas as interpretações que o livro pode gerar com suas metáforas. Já o filme de 1974 dirigido por Stanley Donen não foi muito bem aceito pela maioria, principalmente por ser um musical. 

Sinopse: 
"O Pequeno Príncipe é uma fábula. Ou se preferirmos, uma parabola. Não é um livro para crianças, porque traz justamente a mensagem da infância, a mensagem da criança. Essa criança que irromperá de repente no deserto do teu coração, a milhas e milhas de qualquer região habitada. A menos que não queira ver, a face do Pequeno Principe, a face de um outro, coroada com os espinhos da rosa.... Este livro é também um teste. É o verdadeiro desenho numero 1. Se não o quiseres compreender, se não te interessas pelo seu drama, fica aqui a sentença do Principe: Tu não és um homem de verdade. Tu não passas de um cogumelo." ( Livraria Saraiva)

Muitas de nós já tínhamos lido o livro na infância e algumas o tem como o livro preferido, uma obra que mudou até a mudar a forma de enxergar o mundo. Todas nós concordamos que a base de O Pequeno Príncipe é não deixar a criança que vive em cada um de nós morrer. Em vários pontos do livro Antoine de Saint-Exupéry ele fala que certas coisas os adultos não compreendem, talvez porque nos deixamos cegar pelas aparências e problemas mundanos. Concluímos que o princepezinho é algo que deveríamos ter dentro de nós, a essência de criança que não deveria se perder com o tempo.

Outro ponto que gerou bastante reflexão foi quando falamos das pessoas que o príncipe encontrou nos planetas que passou até chegar a terra. Essas pessoas que ele encontra são reais e convivemos com elas diariamente, muitas vezes somos como elas. Trabalhamos demais, bebemos de mais, mandamos demais. O fato de elas morarem sozinhas em um planetinha entendemos como uma metáfora para as pessoas que vivem em seu próprio mundo e se contentam com isso, é uma forma de falar do egocentrismo.

Uma das meninas fez uma comparação dessas metáforas do livro com as obras do Trovadorismo e foi além, comparou com Jane Austen. Os três pegaram figuras comuns na sociedade, representaram em forma de personagem e tornaram isso uma crítica social. Há quem diga que isso torna o livro complexo demais para crianças, mas discordamos. Talvez a criança não saiba expressar o que captou da leitura, mas provavelmente percebeu a essência da história. 


Dados do Livro:
Autor: Antoine de Saint-Exupéry
Título Original: Le Petit Prince
Ilustrador: Antoine de Saint-Exupéry
Tradução: Rodrigo Lacerda
Editora: Zahar
Páginas: 144



 


segunda-feira, 20 de julho de 2015

A Amizade na obra da Jane Austen

com colaboração de Michelle Motta


Em Canção da América, Fernando Brant e Milton Nascimento cantaram que “amigo é coisa pra se guardar debaixo de sete chaves” e “do lado esquerdo do peito”. Na obra da Jane Austen, em especial nos seus seis romances, observamos as mais variadas amizades, independente de gênero, idade, classe social e parentesco. Nesse texto, irei destacar aquelas que mais me chamaram atenção em cada romance:

Razão e Sentimento: Elinor Dashwood e Coronel Brandon se conheceram em Barton Park. A aproximação dos dois ocorreu muito em função da rejeição da Marianne ao Coronel. Apesar das diferenças, Elinor e o Brandon se parecem no temperamento, uma vez que ambos são ponderados. Brandon vê em Elinor uma confidente, lhe revelando episódios do seu passado, e ainda que esta não lhe conte muitas coisas, é sensível aos desejos da amiga, ao arrumar uma colocação pra Edward Ferrars, mesmo quando ele se casaria com outra.  A cumplicidade deles chega até mesmo a  atrair a especulação de outros personagens quanto a uma provável união.
Coronel Brandon (Alan Rickman) e Elinor Dashwood (Emma Thompson), no filme de 1995

Orgulho e Preconceito: Elizabeth Bennet e Charlotte Lucas são como irmãs, uma vez que a amizade é de longa data. Elas se conhecem intimamente e isso se revela à medida que muitas vezes não são necessárias palavras para se entenderem. Outro aspecto muito importante é a compreensão, mesmo quando uma não concorda com as decisões da outra. Charlotte também desempenha o papel de conselheira de Lizzie, impedindo que esta tome decisões precipitadas em alguns casos.
Charlotte Lucas (Claudie Blakley) e Elizabeth Bennet (Keira Knightley), no filme de 2005 

A primeira vista, a amizade de Darcy e Bingley parece improvável, uma vez que o primeiro é mais reservado, enquanto o segundo é extrovertido. Por isso, Bingley confia plenamente na opinião de Darcy, sem julgar a intenção e retidão do amigo, enquanto este acompanha o amigo em sua vida social, na tentativa de ser mais sociável.
Mr. Darcy (Matthew Mcfadyen) e Mr. Bingley (Simon Woods), no filme de 2005 

Mansfield Park: Um exemplo um pouco diferente de amizade vemos com Fanny Price e Mary Crawford. Não podemos dizer que era amizade verdadeira. Mary Crawford aproxima-se de Fanny após perceber que ela é esperta e melhor amiga de Edmund, a quem tinha a intenção de conquistar. E Fanny, que tinha a dificuldade em negar coisas as pessoas, ou mesmo julgar e magoar, não via maneira de afastar a "amiga". De qualquer forma, tornaram-se íntimas e confidentes uma da outra, Fanny sem confiar ou gostar (fora o ciúme que sentia de Edmund), Mary vendo apenas o que queria ver, davam-se bem ao longo do tempo, trocavam correspondências, visitas, conselhos.
Fanny Price (Billie Piper) e Mary Crawford (Hayley Atwell), no filme de 2007

Emma: A amizade entre Emma Woodhause e Harriet Smith era, como predisse Knightley, um desastre anunciado, não pela diferença social entre as duas, mas principalmente pela intenção da Emma em se aproximar da jovem, com o intuito de fazê-la de "cobaia" em suas experiências casamenteiras. Para isso, Harriet era uma "presa" fácil, pois se deixava influenciar muito facilmente. Por melhores que fossem as intenções da Emma, o resultado não foi positivo, tanto  que no final elas se afastaram.
Harriet Smith (Louise Dylan) e Emma Woodhouse (Romola Garai), na minissérie de 2009

A Abadia Northanger: Ao longo da história Catherine Morland estabelece amizades de natureza distintas. Ao chegar a Bath, ela conhece Isabella Thorpe, e a aproximação é resultado principalmente da possibilidade das duas virem a ser da mesma família, devido ao compromisso de Isabela com o irmão de Catherine. Porém esta se decepciona, ao perceber quanto o a amiga é imprudente, volúvel, interesseira e egoísta. Se por um lado perde essa amizade, ela acaba ganhando uma muito melhor junto a Eleanor Tilney, o que contribui para seu amadurecimento, uma vez que essa é inteligente e apresenta maior sensibilidade, e no final passa a ser sua cunhada.
Catherine Morland (Felicity Jones) e suas amigas Isabella Thorpe (Carey Mulligan) e Eleanor Tilney (Catherine Walker), no filme de 2007

Persuasão: Os capitães Wentworth e Harville se conheceram no mar e possuem um companheirismo singular, uma vez que se sentem responsáveis um pelo outro. Enquanto Harville atua principalmente aconselhando Wentworth, este tenta zelar pelo bem estar do amigo e sua família.
Capitão Wenthworth (Rupert Penry-Jones) e Capitão Harville (Joseph Mawle), no filme de 2007

Feliz Dia do Amigo!!!

sábado, 18 de julho de 2015

Norwegian Wood - Um livro difícil de descrever

   

  • Título original: Norwegian Wood
  • Título brasileiro: Norwegian Wood
  • Autor: Haruki Murakami
  • Editora: Alfaguara
  • Tradução: Jefferson José Teixeira
  • Número de páginas: 359







Caro leitor, antes de começar a ler esse resenha quero que você dê play nesse áudio do youtube que estou "linkando" logo a baixo.





    Sim isso mesmo! O nome do livro que vou resenhar hoje é o mesmo de uma das músicas dos Beatles! Coincidência?! Claro que não garfanhoto(a)! E vou explicar o porque, então continue lendo!

    Sinopse:Publicado originalmente em 1987 e inédito no Brasil, Norwegian Wood foi o livro que alçou o japonês Haruki Murakami da condição de autor cult à de ícone cultural. Com mais de quatro milhões de cópias vendidas no Japão, é um romance de formação com toques autobiográficos, ambientado na Tóquio do final da década de 1960, que narra a iniciação amorosa do jovem estudante de teatro Toru Watanabe. Comparado a O Apanhador no Campo de Centeio, de J.D. Salinger, por sua influência em toda uma geração de jovens leitores, o livro capta com maestria e lirismo a angústia e o desamparo da transição da adolescência à idade adulta. Em 1968, Toru Watanabe acaba de chegar a Tóquio para estudar teatro na universidade, e mora em um alojamento estudantil só para homens. Solitário, dedica seu tempo a identificar e refletir sobre as peculiaridades dos colegas. Um dia, Toru reencontra um rosto de seu passado: Naoko, antiga namorada de seu grande amigo de adolescência Kizuki antes deste cometer suicídio. Marcados por essa tragédia em comum, os dois se aproximam e constroem uma relação delicada onde a fragilidade psicológica de Naoko se torna cada vez mais visível até culminar com sua internação em um sanatório.

    Norwegian Wood é um livro de memórias que nos leva de volta a juventude de Toru Watanabe, um jovem vivendo e estudando numa Tóquio efervescente que passa por constantes movimentos estudantis. Na obra, acompanhamos a vida amorosa de Toru e seu amadurecimento sexual.
    Toru Watanabe é um personagem solitário e do tipo observador, preferindo muito mais assistir a vida do que vivê-la, mas isso começa a mudar quando reencontra Naoko, a antiga namorada de seu melhor amigo de infância. Os dois não se viam desde de os 17 anos, época em que esse amigo se suicidou. Esse reencontro vai gerando aos poucos mudanças em Toru, até ele se revelar apaixonado por Naoko. Neste mesmo tempo ele conhece Midori, uma menina completamente diferente de Naoko, um vento fresco na vida de Toru que é tão agarrado ao passado. Somos apresentadas também a outros personagens que são tão típicos entre nós jovens: O garanhão o nerd, os ativistas, a namorada traída... 
    O núcleo de personagens é pequeno porém muito bem trabalhado. Cada personagem tem uma história e todos elas são bem complexas, mostrando o quanto nosso passado nos molda e que certos eventos não podem ser impedidos por terceiros, se quisermos fazer algo temos que fazer por nós mesmos. 
    Haruki Murakami conseguiu escrever sobre assuntos sérios de forma delicada, deixando claro que ele sabe o que está fazendo (assim como em todo livro que esse homem escreve! Sou fâ dele de carteirinha). Mas é um livro bem denso, o que fez com que eu demorasse mais tempo do que o normal para chegar ao fim. Além de tudo isso o final tem um toque de mestre e humanidade, passamos por sofrimentos ao lado do personagem e descobrimos que todo dia é um dia de recomeço quando tomamos essa decisão. Pra mim,  Murakami escreveu esse livro com a alma e com o coração, um livro que deve ser degustado aos poucos e, como dizem os alemães, "dormir sobre o problema" (pensar bem para se chegar a uma solução). Somos ensinados a não julgar as atitudes, mas pensar o que faríamos naquela situação.
    Agora vamos para a segunda parte da resenha? Dá play no vídeo e daqui à pouco nos falamos de novo!


   
    Sim! Existe um filme made in Japan inspirado no filme! Ele é difícil de encontrar para assistir, mas vale a pena! As atuações ao meu ver foram bem melhores do que eu esperava e as paisagens são incríveis! O diretor conseguiu passar toda a delicadeza em imagem que o Murakami nos passa com palavras. Mas, como toda adaptação para as telonas não é perfeito, senti falta de trechos importantes e achei que o enfoque foi errado, acabando tendo mais cenas sexuais do que necessário (nada muito chocante, são as mesmas cenas que tem no livro, mas por ter encurtado a história ficou parecendo um aglomerado de cenas com conotação sexual).
   Bem, se você está afim de sair da sua "zona de conforto" e tentar um tipo de escrita totalmente diferente da estadunidense, eu super recomendo esse livro assim como qualquer outro do Haruki Murakami (sim, sou tiete dele XD)
    Agora vocês devem estar se perguntando onde a música dos Beatles se encaixa né? Então deem uma lida no livro que tudo vai ser revelado (tão achando que vou dar spoiller, meu povo?)
    Por hoje é só pessoal!!
Até a próxima!!  

quarta-feira, 15 de julho de 2015

A Moda na Regência - Parte II

Penteados Regenciais e seus Acessórios


            Sempre que assistimos a um filme de época, certas coisas nos chamam muito a atenção, em especial, as roupas e os cabelos. Sobre a moda regencial, temos um post aqui feito pela Fernanda Pelizer muito legal, vale a pena conferir. Mas o assunto de hoje são os cabelos. Será que os filmes retratam corretamente o período regencial?

            No final do século XVIII, os penteados femininos tomaram um rumo dramático: dos pomposos e produzidos penteados da época Georgiana aos estilos mais simples inspirados nos gregos, romanos e egípcios. Cachos agora enquadrados no rosto e coques substituíram os cabelos elaborados, complicados e arquitetônicos que tomavam horas para serem criados. Estátuas antigas e obras de arte passaram a revelar os novos penteados clássicos. As mulheres começaram a usar penteados mais simples, como cabelo longo puxado em coques ou rabos de cavalo simples, longas ondas para o lado sobre o ombro e pequenos cachos emoldurando o rosto. Os enfeites consistiam em coroas de flores, fitas, jóias, tiaras e pentes.
            Para ilustrar, Keira Knightley em dois personagens épicos: à esquerda, Georgiana Cavendish (The Duchess, 2008) representando o ano de 1780 aproximadamente, com um penteado clássico da época; ao centro e à direita, Elizabeth Bennet (Orgulho e Preconceito, 2005), com penteados mais simples, representando o ano de 1800.

            Cabelos longos, embora não tão predominantes quanto os presos no alto – coques e rabos de cavalo – geralmente tomavam a forma de uma onda caída sobre o ombro. Em alguns casos, um penteado mais casual deixava os cabelos fluindo ao redor do pescoço e ombros.
            À esquerda, Kelly Reilly como Caroline Bingley (Orgulho e Preconceito, 2005) demonstrando o penteado com a onda caída sobre o ombro. À direita, Tamzin Merchant como Georgiana Darcy (ibidem) com o cabelo mais solto.

            Penteados simples, cabelo liso, com alguns cachos e franjas, ou simplesmente repartido ao meio, foram usados, mas não foram tão retratados por artistas quanto os estilos encaracolados.
            Talulah Riley, a Mary Bennet, e Sinead Matthews, a Betsy, ambas de Orgulho e Preconceito, 2005, utilizam desse penteado simples, sem adornos.

            Quanto ao tipo de acessório, variava de acordo com o vestido, o horário e a ocasião. De flores à jóias, as mulheres da época variavam seus enfeites, contudo, os chapéus eram os mais utilizados. Por muito tempo o chapéu foi um acessório obrigatório para moças, costume que foi diminuindo com o tempo ate se perder por completo.
Em ordem da esquerda para a direita: Brenda Blethyn, em sua personagem Sra Bennet (ibidem) utiliza penas no cabelo para ir ao baile; Rosamund Pike como Jane Bennet (ibidem) usa fitas finas trançadas com pequenas flores como apetrecho de festa; Judi Dench, a Lady Catherine de Bourgh (ibidem) utiliza um chapéu para compor seu vestuário de noite; e Claudie Blakley como Charlotte Lucas (ibidem) escolhe uma pequena coroa de flores para uma noite luxuosa.

Sabemos que a moda vem e vai, e podemos observar certos acessórios que também voltam à moda de vez em quando. Alguns exemplos: Emma Watson utilizando pedrarias, Kirsten Dunst usando tiara de flores, Agatha Moreira com fita amarrada no cabelo, Demi Lovato aderiu a pena como acessório, Kate Middleton arrasando de chapéu...



sábado, 11 de julho de 2015

A Moda na Regência - Parte I

Jane Austen nasceu em uma época onde o interesse por esporte, comodidade, gosto pelo campo e pelo ar livre estava cada vez maior entre a população. Nesse período a Inglaterra começou a ditar a moda, que até esse momento era inspirada pela moda francesa do Rei Louis XIV com seus trajes extremamente extravagantes. Por volta de 1755 o estilo à anglaise (o estilo inglês de se vestir) começou a ganhar maior força por conta de sua simplicidade, conforto e a praticidade que os trajes apresentavam, já que as pessoas procuravam roupas que se adequassem a esse interesse pelo campo e pelos esportes.

O que mais caracterizava essa moda eram os recortes das costas no corpete, que era justo e com barbatanas. Na parte da frente, o decote era profundo coberto por um triângulo de tecido colocado envolta do pescoço e preso nele. As saias eram sustentadas por um simples rolls (duas almofadas presas na cintura para estruturar os vestidos) e se abria na frente de forma ampla sobre uma anágua (saia de baixo) podendo ou não serem feitas do mesmo tecido.

Para ficar mais claro, no filme Orgulho e preconceito a indumentaria usada pela Sra. Bennet é exatamente no estilo à anglaise.


Na moda masculina o silhueta também era mais fina e com cores extravagantes. Os coletes possuíam duas pontas compridas e aos poucos elas foram diminuindo, já os trajes da corte continuavam exagerados tanto nas cores quanto nos adornos, feitos com fio de ouro ou prata. A moda masculina demorou mais para mudar, então nesse período a indumentaria ainda lembrava as roupas da corte do rei Louis XIV.

Podemos visualizar esses trajes masculinos também no filme Orgulho e Preconceito. O Sr. Bennet usa peças com essas características, mas lembrando que ele era de uma classe social inferior e por isso suas roupas não possuíam adornos ou enfeites, mas o estilo do corte e o formato ilustram um pouco esse estilo.


Na sua juventude e durante sua fase adulta, Jane viveu outras duas mudanças na moda. Esses são os estilos mais conhecidos por seus fãs já que na grande maioria seus personagens os utilizam. Entre 1789 e 1799 ocorreu a chamada moda de Diretória, que foi uma mudança extremamente brusca no modo de se vestir. Na indumentaria masculina, no inicio dessa nova fase, os homens possuíam uma roupa bem mais enfeitada do que as femininas e aos poucos essas fitas, rendas e cores foram perdendo espaço para a tão conhecida roupa do nosso querido Sr. Darcy, com cores mais sóbrias. Outra mudança importante na moda masculina foi o desaparecimento gradual das perucas e do pó de cabelo.

Com essa transformação na forma de se vestir o corte e a forma da costura passaram a ser os indicadores de qualidade, ou seja, o que definia sua classe social, diferente da indumentaria antiga que a quantidade de enfeites que definia essa posição.

Os homens passaram a vestir casacos compridos, o colete foi encurtado, os colarinhos ficaram mais altos indo até a nuca e vinham acompanhados de lenços presos envolta do pescoço. Nas pernas usavam calças com bolso estilo faca e botões, finalizando com uma bota de cano longo. Na cabeça uma cartola simples, com os cabelos curtos com costeletas.

Na moda feminina a principal mudança foi elevação da cintura e a troca dos tecido pesado por tecido bem mais fluidos, além do abandono dos corsets e das ancas. A ideia era lembrar as estátuas gregas da antiguidade, ou seja, as roupas eram longilíneas feitas com tecidos transparentes e finos como a musseline.  Por baixo, usava-se uma malha de cor clara para disfarçara essa transparência . Para o inverno eram usados tanto um casaco feito da mesma cor do vestido como um feito com materiais mais pesados e enfeitados com pele. Os calçados eram sapatilhas estilo bailarina sem salto e para os cabelos o penteado era simples (repartido ao meio, preso com alguns cachos).


A outra mudança foi a moda estilo Império que durou até um pouco antes da morte da nossa amada escritora. Esse novo estilo de se vestir surgiu na França tendo seu grande ápice na coroação de Napoleão Bonaparte. Ele estava decidido a fazer a economia da França voltar a ser promovida pela moda, tanto que sua esposa a Imperatriz Josephine eram um dos principais ícones da época.

A moda feminina era composta por um estilo de camisola leve e fluida que ia até os tornozelos, sendo presa logo abaixo do busto podendo também ter mangas bufantes. As roupas não deveriam ter enfeites e nem adornos e para cada momento do dia existia um vestido especifico (vestido de caminhar, vestido da tarde, vestido para o chá, entre muitos outros). Os vestidos brancos eram sinal de status social.

Curiosidade: Até então as mulheres nunca tinham usado tão pouca roupa

Para ilustrar bem essa moda podemos ter em vista as roupas usadas pela Caroline Bingley também no filme Orgulho e Preconceito de 2005. A diferença dos detalhes da roupa dela para as de Lizzie mostra bem a diferença entre a moda das classes mais alta para as mais baixas.


Na moda masculina poucas mudanças apareceram, pois franceses adotaram a forma dos ingleses se vestirem. Mais ou menos nesse período foi criado o estilo Dândis, onde as roupas eram simples, sem enfeite. O colete era curto com o corte quadrado, os botões ficavam abertos para mostrar os babados da camisa, os calções eram justos colocados por dentro da bota, podendo ser mais largos dependendo da ocasião, o colarinho da camisa era virado para cima e era preso pelo lenço enrolado no pescoço e de tão presos dificultava os movimentos da cabeça. As peças eram normalmente uma de cada cor, sempre sendo tons sóbrios. Usavam, também, as cartolas e os cabelos curto.

Como é sempre bom lembrar, a moda não tem uma data especifica de mudança. Elas ocorriam gradualmente e nesse período, principalmente, ela mudava constantemente para que as classes inferiores nunca alcançassem as superiores. Era como se fosse uma torneira pingando, quando finalmente a gota está chegando próximo a pia outra já está caindo e assim um ciclo de mudança sem fim.

Para ilustrar melhor as roupas da época usei o filme Orgulho e Precoceito de 2005. Nele conseguimos enxergar a diferença entre a moda dos mais antigos como Sr. e a Sra Bennet ou a Lady Catherine, a roupa das irmãs Bennet que apesar de serem jovens usavam roupas de uma estilo “mais antigo” por conta de sua classe social e as roupas usadas pelos personagens com mais riquezas como Sr. Darcy, Sr. Bingley e a Caroline Bingley.



*Fonte das imagens históricas e termos ou para maiores informações sobre a moda da época:  
http://modahistorica.blogspot.com.br/

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Um lado não tão obscuro da Segunda Guerra retratado por uma jovem

Título original: Het Achterhuis
Título no Brasil: O diário de Anne Frank
Autora: Anne Frank
Editora: Record
Tradução: Alves Calado
Número de páginas: 414


 Em 2 de setembro de 1945 terminava, oficialmente, a Segunda Guerra Mundial. O mundo tornara-se palco de horrores incabíveis, a humanidade teve uma grande chaga aberta. Mais uma vez, o homem presenciou o quanto o orgulho, a vaidade, a arrogância pode destruir o ser humano. Basta estudar História para entender o tamanho do horror que assolou nosso mundo.


Entretanto, indo muito além do que os livros de histórias podem retratar, em 12 de junho de 1942, vamos encontrar a pequena Anne Frank, em seu quarto, escrevendo em um diário que ganhara no seu 13º aniversário. Suas primeiras palavras:

“Espero poder contar tudo a você, como nunca pude contar a ninguém, e espero que você seja uma grande fonte de conforto e ajuda.”


No começo do diário, Anne conta-nos sobre sua rotina, como são as idas à escola, como ela era popular entre os amigos, e o quanto era admirada pelos garotos. Anne vivia em uma confortável casa com os pais e a irmã Margot.

Após a ida de sua família para um anexo secreto, no qual se escondiam dos soldados nazistas para não irem para os campos de concentração na Alemanha, Anne retrata em seu diário como era o dia a dia dela e de todos que moravam nesse local.

A percepção de como uma garota se sentia com um futuro tão incerto, comove e nos envolve pouco a pouco com essa protagonista de uma história que, por ser real e não fictícia, nos impressiona página a página durante a leitura.

 Kitty, como era chamado seu diário, tornou-se para a adolescente uma fonte de desabafo, no qual ela se sentia segura e ali colocava suas alegrias, aflições, angústias, medos.

O resultado disso é um leitor cativado por Anne Frank, a doce adolescente que dividiu conosco um pedaço de sua vida por meio de seu diário. Além de ter se tornado um registro histórico, sua história tem também relevante papel na literatura, e sua leitura agrada públicos de todas as idades, desde jovens curiosos por saber como era a vida de uma adolescente da década de 1940, até o público mais maduro, que dirige seu olhar para o lado mais humano dessa história: o sofrimento ao qual o povo judeu foi submetido durante a Segunda Guerra Mundial.



segunda-feira, 6 de julho de 2015

Amor à segunda vista

        Minha história com Jane Austen começou quando duas amigas minhas foram pra minha casa para uma festa do pijama. Fomos à locadora (as pessoas ainda sabem o que é isso?) e no meio daquela típica confusão para escolher qual filme assistiríamos, as irmãs Micala e Michelli disseram que já tinha lido “Orgulho e preconceito” e que estavam loucas pra ver o filme. Aceitamos a sugestão, apesar de o filme ser diferente das comédias românticas que costumávamos assistir. Sendo bastante honesta, achei o filme muito devagar (shame on me) e acabei dormindo nos primeiros 30 minutos...
Foi essa a capa que me 
conquistou <3
            Passado algum tempo, estando eu no primeiro ano do Ensino médio, estava conversando com uma colega quando ela disse que iria a biblioteca da escola para doar um livro (ela tinha atrasado na estrega de outro, e, para ser isenta da taxa, ela tinha a opção de doar outro título). Quando vi o livro, achei-o lindo e pedi a ela que deixasse que eu entregasse outro livro e ficasse com aquele lindo exemplar de “Razão e Sensibilidade”. Na época, não o relacionei ao filme que “assistira” com minhas amigas, e como tinha muito tempo ocioso e amava livros, comecei a ler a obra.
            Fiquei maravilhada com a descrição que Jane fazia dos personagens e dos costumes da época, com crítica à sociedade extremamente machista, com a beleza da linguagem utilizada, etc. E, a partir daí, felizmente, Austen começou a me perseguir. No final de semana, minha tia me chamou pra ir pra casa dela assistir a um filme e, para a minha surpresa, era “Orgulho e Preconceito”. A princípio fiquei meio receosa, mas ainda no início do filme, vi algo que me chamou muita atenção: “Baseado no Romance de Jane Austen”. Fiquei louca e me sentindo muito idiota por não ter percebido isso anteriormente.
            Terminei de assistir e fiquei desesperada para ir pra escola e pegar o livro na biblioteca. Amei cada momento daquela história e, por fim, descobri os outros livros da autora inglesa, assisti a todas as adaptações cinematográficas, entrei em blogs e influenciei várias (os) amigas (os) a também participarem do incrível mundo da Jane Austen. Pra completar, conheci pessoas maravilhosas que desfrutam do mesmo interesse que eu (As Garotas de Pemberley), com as quais tenho transitado entre os séculos XVIII e XXI da maneira mais linda possível.
            Além de tudo já descrito, as obras de Austen impulsionaram minha militância feminista, uma vez que, através das personagens por ela construídas, pude ver o quão complicado é ser mulher em uma sociedade patriarcal, na qual o machismo, infelizmente, ainda é presente.

Minha história é uma prova de que muitas vezes, algo que dizemos que não gostamos, pode tomar um patamar de extrema importância em nossas vidas, uma vez que à segunda vista, também, podemos conhecer o amor. 

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela

Li “Senhora” pela primeira vez em 2008, e foi o único clássico que li na época da escola sem ter sido prescrito inicialmente para trabalho e/ou prova (acabou que no mesmo ano ele foi adotado para o mesmo fim). O amor foi tanto que desde então faço uma releitura anual, posto que “Orgulho e Preconceito” também ocupa no meu coração.

Sinopse: Publicado em 1875, dois anos antes da morte do autor, Senhora é um dos principais romances urbanos de José de Alencar, e uma de suas críticas sociais mais contundentes. Narrativa dividida em quatro partes, conta a história do casamento entre Aurélia, moça pobre e órfã que acaba se tornando herdeira de grande fortuna, e Fernando Seixas, frequentador dos altos círculos da corte, mas incapaz de manter financeiramente sua vida luxuosa. Apaixonada por Seixas em seus dias de pobreza, Aurélia é trocada pelo amado por uma moça com um dote de trinta contos de réis. Em uma das muitas reviravoltas do enredo, porém, Aurélia acaba herdeira de grande fortuna, e atrai Seixas de volta para si, anonimamente, em troca de uma quantia três vezes maior. No entanto, logo na noite de núpcias ela revela seu expediente e toda a hipocrisia inerente à transação da compra do marido, e a partir de então a relação dos recém-casados se torna um jogo mordaz de intrigas, manobras sigilosas e diálogos ácidos e repletos de subentendidos.

Embora a obra seja pertencente ao período Romântico, que apresenta como principal característica o amor é o único meio de redenção, “Senhora” já apresenta alguns traços do Realismo, como a crítica a futilidade e a fragilidade dos valores burgueses e certo grau de introspecção psicológica. O romance apresenta uma personagem feminina independente e gira entorno de dramas morais, intrigas de amor, desigualdade econômica, sociedade patriarcal e a importância do dinheiro, mas o final é feliz, pois o amor prevalece. O livro é dividido em quatro partes: Preço, Quitação, Posse, Resgate. A adoção desses termos estritamente comerciais destaca o ponto central da obra: o casamento como forma de ascensão social.

 “Senhora” teve diversas adaptações para a TV e o cinema. A primeira, no formato de teleteatro foi exibida pela TV Tupi em 1952 e trouxe Bibi Ferreira no papel principal. Entre tantas adaptações, destacam-se a versão modernizada “O preço de um homem”, exibida pela TV Tupi em 1952, com Arlete Montenegro; a novela exibida em 1975 pela TV Globo, com Norma Blum e Claudio Marzo, sendo esta a adaptação mais fiel do livro (minha mãe assistiu e fala muito bem dessa versão); e “Essas Mulheres” exibida pela Record em 2005, que apresentava em conjunto os três principais romances urbanos de Alencar, conhecidos como “Perfis de Mulher”: Lucíola, Diva e Senhora. Nesta versão, Aurélia e Fernando são interpretados por Christine Fernandes e Gabriel Braga Nunes (ainda me pergunto onde estava em 2005 para não ter assistido essa novela. Logo eu, que sempre fui tão noveleira?).

Fotos do casal Aurélia e Fernando nas novelas Senhora de 1975 e Essas Mulheres, de 2005.

Por fim, está no ar atualmente a websérie Dona Moça, produzida pela Adorbs Produções. Quem acompanha a página do blog no facebook sabe que desde a estreia eu tenho compartilhado o link dos episódios lá. A ideia para essa versão nasceu em um grupo no facebook que conversa sobre várias webséries e eu tenho um carinho especial por ela, não só por se tratar de um dos meus livros favoritos, mas também porque eu conheço as pessoas envolvidas na sua produção e me sinto orgulhosa em ver o trabalho delas dando tão certo.

Nessa versão, Aurélia Camargo é uma produtora de eventos. Junto com sua melhor amiga Fifi Mascarenhas ela possui a agência Dona Moça. Após uma vida difícil, Aurélia tornou-se uma promoter famosa, muito requisitada pela sociedade paulistana. O excesso de trabalho obriga Aurélia a contratar um assistente e, bom, o contratado acaba sendo o Fernando, seu antigo amor, que a trocou ainda na época da faculdade por uma jovem socialite. Com a convivência, lembranças antigas e sentimentos reprimidos virão à tona.

Fifi Mascarenhas (Silvia Bitente) e Aurélia Camargo (Aline Mattos)


A série vai ao ar toda quarta-feira, às 12h, no YouTube. Além dos vídeos, a história é contada por outras mídias, como twitter, posts no blog da empresa, Dona Moça Eventos, uma Coluna de Fofocas e playlists que ajudam a conhecer um pouco mais os personagens. A primeira temporada terá 10 episódios e hoje o sexto episódio foi a ar. Para saber mais informações, acesse o site, o blog e a página no facebook da Adorbs Produções.