Li “Senhora” pela primeira vez em 2008, e foi o
único clássico que li na época da escola sem ter sido prescrito inicialmente
para trabalho e/ou prova (acabou que no mesmo ano ele foi adotado para o mesmo
fim). O amor foi tanto que desde então faço uma releitura anual, posto que “Orgulho
e Preconceito” também ocupa no meu coração.
Sinopse: Publicado em 1875, dois
anos antes da morte do autor, Senhora é um dos principais romances urbanos de
José de Alencar, e uma de suas críticas sociais mais contundentes. Narrativa
dividida em quatro partes, conta a história do casamento entre Aurélia, moça pobre
e órfã que acaba se tornando herdeira de grande fortuna, e Fernando Seixas,
frequentador dos altos círculos da corte, mas incapaz de manter financeiramente
sua vida luxuosa. Apaixonada por Seixas em seus dias de pobreza, Aurélia
é trocada pelo amado por uma moça com um dote de trinta contos de réis. Em
uma das muitas reviravoltas do enredo, porém, Aurélia acaba herdeira de grande
fortuna, e atrai Seixas de volta para si, anonimamente, em troca de uma quantia
três vezes maior. No entanto, logo na noite de núpcias ela revela seu
expediente e toda a hipocrisia inerente à transação da compra do marido, e a
partir de então a relação dos recém-casados se torna um jogo mordaz de intrigas,
manobras sigilosas e diálogos ácidos e repletos de subentendidos.
Embora a obra seja pertencente ao período Romântico,
que apresenta como principal característica o amor é o único meio de redenção, “Senhora” já apresenta alguns traços do
Realismo, como a crítica a futilidade e a fragilidade dos valores burgueses e
certo grau de introspecção psicológica. O romance apresenta uma personagem
feminina independente e gira entorno de dramas morais, intrigas de amor, desigualdade
econômica, sociedade patriarcal e a importância do dinheiro, mas o final é
feliz, pois o amor prevalece. O livro é dividido em quatro partes: Preço,
Quitação, Posse, Resgate. A adoção desses termos estritamente comerciais
destaca o ponto central da obra: o casamento como forma de ascensão social.
“Senhora”
teve diversas adaptações para a TV e o cinema. A primeira, no formato de
teleteatro foi exibida pela TV Tupi em 1952 e trouxe Bibi Ferreira no papel
principal. Entre tantas adaptações, destacam-se a versão modernizada “O preço
de um homem”, exibida pela TV Tupi em 1952, com Arlete Montenegro; a novela
exibida em 1975 pela TV Globo, com Norma Blum e Claudio Marzo, sendo esta a
adaptação mais fiel do livro (minha mãe assistiu e fala muito bem dessa
versão); e “Essas Mulheres” exibida pela Record em 2005, que apresentava em
conjunto os três principais romances urbanos de Alencar, conhecidos como “Perfis
de Mulher”: Lucíola, Diva e Senhora. Nesta versão, Aurélia e Fernando são
interpretados por Christine Fernandes e Gabriel Braga Nunes (ainda me pergunto
onde estava em 2005 para não ter assistido essa novela. Logo eu, que sempre fui
tão noveleira?).
Fotos do casal Aurélia e Fernando nas novelas Senhora de 1975 e Essas Mulheres, de 2005. |
Por fim, está no ar atualmente a websérie Dona
Moça, produzida pela Adorbs Produções. Quem acompanha a página do blog no
facebook sabe que desde a estreia eu tenho compartilhado o link dos episódios
lá. A ideia para essa versão nasceu em um grupo no facebook que conversa sobre
várias webséries e eu tenho um carinho especial por ela, não só por se tratar
de um dos meus livros favoritos, mas também porque eu conheço as pessoas
envolvidas na sua produção e me sinto orgulhosa em ver o trabalho delas dando
tão certo.
Nessa versão, Aurélia Camargo é uma produtora de
eventos. Junto com sua melhor amiga Fifi Mascarenhas ela possui a agência Dona
Moça. Após uma vida difícil, Aurélia tornou-se uma promoter famosa, muito
requisitada pela sociedade paulistana. O excesso de trabalho obriga Aurélia a
contratar um assistente e, bom, o contratado acaba sendo o Fernando, seu antigo
amor, que a trocou ainda na época da faculdade por uma jovem socialite. Com a
convivência, lembranças antigas e sentimentos reprimidos virão à tona.
Fifi Mascarenhas (Silvia Bitente) e Aurélia Camargo (Aline Mattos) |
A série vai ao ar toda quarta-feira, às 12h, no
YouTube. Além dos vídeos, a história é contada por outras
mídias, como twitter, posts no blog da empresa, Dona Moça Eventos, uma Coluna de Fofocas e playlists que ajudam a conhecer um pouco mais
os personagens. A primeira temporada terá 10 episódios e hoje o sexto episódio foi a ar.
Para saber mais informações, acesse o site, o blog e a página no facebook da
Adorbs Produções.