sexta-feira, 12 de junho de 2015

Especial Dia dos Namorados - Declarações nos livros da Jane Austen

(com colaboração de Michelle Motta)

Ah, o Amor!!!

Nesse Dia dos Namorados, vamos relembrar o momento que os casais principais finalmente se entendem, e como isso foi adaptado para as telas.

Pront@s para suspirar?

1 – Em Sense and Sensibility não temos a declaração de fato, que se segue a revelação de o Edward não estava casado com Lucy Steele, como Elinor acreditava.

 “Não é necessário, porém, contar em detalhes com que presteza ele decidiu tomar aquela resolução, quão rápido viu a oportunidade de colocá-la em prática, de que maneira se expressou e como foi recebido. A única coisa importante a dizer é que, quando todos se sentaram à mesa às quatro horas, cerca de três horas depois de sua chegada, ele já havia conseguido a mão de sua amada, o consentimento de Mrs.Dashwood, e não apenas professava o discurso arrebatado do enamorado, como também, na realidade da razão e da verdade, se considerava o mais feliz dos homens. De fato, sua alegria era maior do que o comum. Tinha mais do que o triunfo normal do amor correspondido para fazer transbordar seu coração e elevar seu ânimo.” (Trechos da edição publicada pela Editora Landmark)

Cena do filme de 1995, com Emma Thompson e Hugh Grant:



2 – Em Orgulho e Preconceito o nosso foco será na segunda declaração do Mr. Darcy, encorajado pelo comportamento de Lizzie frente à abordagem de Lady Catherine de Bourgh.

“- A senhorita é demasiado generosa para brincar comigo. Se seus sentimentos ainda forem os mesmos que me revelou em abril, diga-me agora mesmo. Os meus afetos e desejos não mudaram, mas uma palavra sua me silenciará para sempre.” (Trecho da edição da Editora L&PM)

Cena do filme de 2005, com Keira Knightley e Matthew Macfayden:



3 – Entre Edmund Betram e Fanny Price o desenrolar não foi muito romântico, afinal, Edmund acabara de sofre um a desilusão, e Fanny ser apaixonada pelo primo desde sempre. Mas uma amizade que se transforma em amor tem o seu valor.

Faço questão de me abster de datas, ao contar isso. Cada leitor deve ter a liberdade de fixar suas próprias datas, calculando para a cura de paixões infelizes, e a mudança de imutáveis afeições; a duração dessas coisas tem que variar muito, de pessoa para pessoa, de maneira que deixo a cada um a faculdade de pensar que a modificação sobreveio exatamente no tempo em que seria natural que ela se operasse; que Edmund, sem uma semana só de antecedência ao tempo devido, deixou de pensar em Miss Crawford, e começou a ficar tão ansioso de casar com Fanny quanto a própria Fanny o poderia desejar.” (Trecho da edição da Editora José Olympio)

Cenas do filme de 1999, com Frances O’Connor e Jonny Lee Miller: 



4 – Em Emma, o Sr. Knightley se declara após perceber que as suas suspeitas de que Emma estaria sofrendo com o anúncio do compromisso entre Jane Fairfax e Frank Curchill se provarem infundadas.

“- Não sei fazer discursos Emma – ele logo recomeçou, num tom de sincera, inteligível e decida ternura, tanto quanto podia soar convincente. – Se eu a amasse menos, seria capaz de falar mais sobre isso.” (Trecho da edição da editora Saraiva de Bolso)

Cena do filme de 1996, com Gwyneth Paltrow e Jeremy Northam:



5 – Em A Abadia de Northager, Henry Tilney vai atrás de Catherine Morland para se desculpar quanto ao comportamento de seu pai, e aproveita a ocasião para se declarar.

“Os dois não haviam alcançado ainda a propriedade do Sr. Allen, e Henry já se justificara tão bem que, para Catherine, ele poderia repetir a explicação quantas vezes quisesse. O afeto de Henry por Catherine se confirmara; e ele pediu para si um coração que, como talvez ambos soubessem igualmente, já lhe pertencia por inteiro;(...)” (Trecho da edição da Editora L&PM)

Cena do filme de 2007, com Felicity Jones e J.J. Feild:



6 -  Em Persuasão, a declaração é em formato de carta, escrita pelo Capitão Wentworth, enquanto escuta Anne Elliot conversar com o Capitão Harville quanto a constância dos sentimentos de homens e mulheres.
Não posso mais ouvir em silên­cio. Pre­ciso falar com você pelos os meios de que dis­po­nho neste momento. Você fen­deu minha alma. Sou metade ago­nia, metade espe­rança. Não me diga que é tarde demais, que sen­ti­men­tos tão pre­ci­o­sos foram-se para sem­pre. Ofereço-me para você de novo com um cora­ção muito mais seu do que quando você quase o des­pe­da­çou há oito anos e meio atrás.  Não se atreva a dizer que o homem esquece mais rápido do que a mulher, que seu amor morre mais cedo. Eu tenho amado somente você, mais nin­guém. Injusto posso ter sido, fraco e res­sen­tido tam­bém, mas nunca incons­tante. Você, ape­nas você trouxe-me para Bath. Faço pla­nos pen­sando somente em você. Você não ainda per­ce­beu? Terá você falhado em enten­der meus dese­jos? Eu não teria espe­rado nem estes dez dias se tivesse podido ler seus sen­ti­men­tos como eu penso que você pene­trou nos meus. Quase não posso escre­ver. A todo ins­tante ouço alguma coisa que me ator­doa. Você abaixa sua voz, mas eu posso dis­tin­guir seus tons mesmo quando per­di­dos em meio aos outros. Bonís­sima e exce­lente cri­a­tura! Você nos faz jus­tiça, deve­ras. Você crê que há afeto ver­da­deiro e cons­tân­cia entre os homens. Creia “nisto” mais fer­vo­roso e cons­tante em
F. W.
Devo par­tir – incerto de minha sorte –, mas vol­ta­rei aqui ou irei para sua festa, assim que pos­sí­vel. Uma pala­vra, um olhar, será o sufi­ci­ente para que eu decida entrar na casa de seu pai esta noite, ou nunca.” (Tradução feita por Raquel Sallaberry Brião, e postada no Blog Jane Austen em Português – clique aqui)

Cena do filme de 2008, com Sally Hawkins e Rupert Penry-Jones: