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Rei George VI e a rainha consorte, Elizabeth. |
Antes
mesmo de saber que um dia assumiria a coroa, já que era o 2º na
linha de sucessão ao trono, George sofria
com diversos tratamentos que nos dias de hoje são considerados
absurdos. O uso do cigarro nos tratamentos como “relaxante para as
pregas vocais” foi algo que me deixou passada. O
insucesso dessas técnicas o frustrava cada vez mais e o fazia
acreditar que nunca conseguiria falar direito.
Mesmo
com o pessimismo do monarca, a sua esposa nunca desistiu de ajudar.
Com todo carinho e paciência, a rainha consorte sempre procurava novos
especialistas e tentava fazer com que ele acreditasse em seu
potencial. Foi assim que ela encontrou um ator que ajudava pessoas com problemas de dicção.
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O terapeuta Lionel Logue |
Na
primeira sessão com o novo terapeuta Lionel Logue (Geofrey Rush), o
rei consegue ler um trecho de Hamlet quando escuta música em um
volume em que não ouve a própria voz. Ele desiste algumas vezes das
sessões, mas os métodos “estranhos” de Lionel surtem efeito e
ele sempre acaba voltando. Lionel tinha certeza de que poderia
curar o rei e acreditava que o primeiro passo para isso era
conhecê-lo intimamente e tratá-lo com igualdade. Acha que ele tratava George como Alteza Real/Majestade? Nada! Por mais que não gostasse, o rei só era chamado de Bertie (apelido de Albert, seu nome de batismo).
As
cenas entre o rei e o terapeuta tomam boa parte do filme e são
sempre incríveis. Engraçadas ou dramáticas, elas sempre geram
alguma emoção, mas sem perder a leveza. O filme seguiu uma linha
fácil de acompanhar e sem criar situações forçadas. Juro que me vi representada quando o
então príncipe tenta fazer seu primeiro discurso em um auditório
com transmissão radiofônica e não fala absolutamente nada. Fiz exatamente a mesma coisa nas aulas de Introdução ao Rádio e a TV na faculdade. Simplesmente travei. E quando conseguia falar, não saia nada que preste. Ao contrário de George, não
sou gaga, mas falar em publico não é fácil pra mim também, muito
menos se isso for gravado de alguma forma.
Algo que achei errado na história foi deixar subentendido que o problema de gagueira de George
está ligado a falta de confiança, timidez e ao complexo de
inferioridade que ele adquiriu na infância. Mesmo não tendo focado
nisso, acho errado relacionar a gagueira a fatores
psicológicos. Especialistas já provaram que esses
fatores não podem causar o problema, embora possam agravá-lo.
Muitas vezes, o gago é inseguro e tímido justamente por não
conseguir se comunicar direito, e não o oposto.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSAqcKdk7T06dykRerHmJLHsve_PsS5IVXYxsl1mU2hlgh-XS92amiNtnPzWymDh_Z3DHlKT6YtVJMDmLMBgZQK6EtpB0WQdlcCEjsVs0JkAvx-t6jA8OlWropjhs6kzXXZ23P1KXZO38/s320/Discurso-do-Rei-9.jpg)
- Título Original: The King's Speech
- Título no Brasil: O Discurso do Rei
- Direção: Tom Hooper
- Produção: Iain Canning, Emile Sherman, Garetch Unwin
- Lançamento: 2010 (EUA) 2011 (BRA)
- Duração: 118 min