Meus amados leitores já sabem
o quanto eu sou apaixonada por romances históricos. Fui conquistada por uma tal
Jane Austen - não sei se vocês conhecem... Meu estilo literário favorito está
cada vez mais em voga, o que me deixa ‘um pouco’ alegre. Só um pouco. E hoje
estou trazendo pra vocês uma autora contemporânea que está explodindo no mundo
literário: Loretta Chase.
A série Canalhas, de Loretta
Chase, é composta por cinco livros, mas apenas dois foram publicados no Brasil:
The Lion’s Daughter, Captives of the Night, Lord of Scoundrels (O Príncipe dos
Canalhas), Three Wendings and a Kiss, The Last Hellion (O Último dos Canalhas).
Existem laços que unem os protagonistas dos livros, mas cada livro conta uma
história independente. É bem verdade que não é fácil inovar dentro desse gênero,
sendo assim já peguei o livro com as expectativas de sempre. Conclusão: O
Último dos Canalhas me pegou de surpresa!
O livro conta a história de
Vere Mallory, o último duque de Ainswood, ducado esse conhecido por seus
componentes cada um mais canalha do que o outro. Com seu pensamento de que “mulheres
são incapazes de pensar”, Vere nunca demonstrou nenhum tipo de consideração com
o gênero, sendo o mais canalha de todos os Aisnwood, mas por dentro carrega
marcas, culpas e tristezas inimagináveis, tornando-o humano. E, como precisamos
de uma personagem feminina para compor o improvável romance, contudo
contrariando tudo o que você imagina numa personagem de romance histórico,
Lydia, uma jornalista extremamente influente de Londres, é ao mesmo tempo
temida e admirada. Como mulheres não costumavam ter uma profissão, Lydia estava
sempre envolta por homens, contudo estes nunca a olharam como “mulher”, mas
apenas como “colega” ou “parceira” de trabalho.
Suas vidas cruzam-se quando,
em meio a uma complicada investigação de denúncia contra a prostituição, em
especial uma que envolvia jovens meninas sendo enganosamente carregadas para
esse meio, Vere atrapalha uma investida de Lydia acreditando que a estava
salvando. E o primeiro, como todos os outros encontros do casal, é uma explosão
de gargalhadas, e não apenas do leitor. Lydia, com sua personalidade forte, sua
coragem e sua inteligência, prova que não é como outras mocinhas, frágeis,
ingênuas e impressionáveis. Ela sabe exatamente dos terrenos onde pisa.
Uma das questões que Loretta
levanta no Último dos Canalhas é a questão da dependência financeira que
mulheres tinham dos homens. Lydia escreve para sobreviver, mantém sua própria
casa, luta por pessoas mais humildes, denuncia aqueles que se colocam acima dos
direitos dos outros. Não se esconde à sombra de um homem, nem de um sobrenome,
ou de um título. E é respeitada pela sociedade. É meio maluca também, o que
deixa o livro muito divertido, apesar da forte crítica.
Quanto ao texto, o que mais me
chamou atenção foram os ‘apelidos carinhosos’ que os protagonistas inventam um
para o outro - o que explica a quantidade de post-its azuis na primeira foto! -
demonstrando a incrível criatividade de ambos. “Sua Majestade do Enxofre”, “Górgona
de olhos azuis”, “mulher dragão” e “srta. Ataque Maligno” são apenas alguns.
Essas piadinhas tornaram o texto ainda mais leve e divertido, e eu não resisti
a marcar cada um deles.
Loretta segue um caminho diferente
dos outros romances históricos por aí. Enquanto vemos o casal se apaixonando
culminando no casamento, a autora segue um canal inverso, que mostra como o
casal vai amadurecendo depois do casamento. Suas descobertas, seus segredos
revelados, suas surpresas. Os meios com que a história se desenvolve e o casal
se aproxima não são convencionais, não houve uma paixão a primeira vista, nem
mesmo um interesse escondido. Estou
encantada com a escrita, com a história, com os personagens, com tudo! Aguardo
ansiosamente os próximos livros da série!!!
Título Original: The Last Hellion
Título no Brasil: O Último dos Canalhas
Autora: Loretta Chase
Editora: Arqueiro
Título no Brasil: O Último dos Canalhas
Autora: Loretta Chase
Editora: Arqueiro
Tradução: Alves Calado
Páginas: 304
(08/05/2016 - Queridos, tenho duas correções a fazer: 1. Apesar de serem vários, não se trata de uma série. São 5 livros que seguem uma mesma linha de pensamento, com alguns personagens em comum, no entanto independentes uns dos outros; e 2. A Editora Arqueiro já se pronunciou afirmando que não publicará os outros três livros, focando, contudo, em outras séries e livros da autora.)