Título: As Memórias de Cleópatra: A filha de Ísis
Autora: Margaret George
Editora: Geração Editorial
Páginas: 485
Sinopse
"Numa magistral reconstituição do antigo Egito e da Roma dos césares, Margaret George conta - pela voz da própria Cleópatra - uma história épica e hipnotizante. Reis, rainhas, tribunos, senadores, gladiadores, eunucos, escravos e guerreiros movem-se numa saga luxuosa, que traz de volta à vida o reluzente reinado de Cleópatra, a rainha do Nilo. As memórias de Cleópatra, narradas por ela mesma, têm início quando a rainha do Egito, meio século antes de Cristo, conhece Júlio César, então o homem mais poderoso do mundo, e só termina quando, tendo sobrevivido ao assassinato dele pelos senadores romanos e à derrota de Marco Antônio, o segundo homem por quem se apaixona, ele planeja e executa a própria morte, para não ser levada em triunfo, como prisioneira, pela ruas de Roma. O deserto, as pirâmides e os monumentos em torno do Nilo, as tumbas dos antigos faraós, o esplendor de Alexandria, então a capital cultural do mundo, as sangrentas lutas de gladiadores no coliseu, em Roma, as guerras de conquista de Júlio César e Marco Antônio, as paixões e a volúpia de sexo e poder em que os personagens se envolvem estão no centro deste romance absorvente, que tornou Margaret George uma das maiores romancistas históricas da atualidade."
Leitura
Primeiramente, eu estava há muito tempo querendo começar a ler os livros da Margaret George. Ela é uma romancista histórica que se dedica a dar uma nova visão de personalidades mal vistas, como é o caso de Cleópatra, Henry VIII, Maria Madalena, Helena de Tróia... Então, assim que vi "As Memórias de Cleópatra: A Filha de Ísis" na estante do meu sebo favorito, fiquei super ansiosa para dar início à leitura.
Vale ressaltar que "As Memórias de Cleópatra" é uma trilogia e nessa resenha tratarei apenas do volume1.
O livro é escrito como se Cleópatra contasse suas memórias à Ísis, sua deusa protetora, partindo da morte de sua mãe, o momento em que se torna devota à Ísis, a infância da futura rainha, nos permitindo conhecer seus amigos, família e a situação do Egito durante o reinado de seu pai, e passando pelos momentos históricos mais conhecidos.
A leitura me prendeu bastante no começo, pois Cleópatra-criança tem um perfil cativante graças à sua inteligência, e o jogo de poder e política é mais evidente nessa parte do livro, em que a menina observa como seu pai lida com os romanos, apesar de se estender por ele todo. A escrita de Margaret George é agradável, mas tenho que admitir que me decepcionei um pouco com a personalidade dada a Cleópatra quando conhece Júlio César, esse é o ponto em que a história perde parte de seu brilho, na minha opinião, simplesmente pelo fato de que a criança inteligente e sagaz que nos é apresentada nas primeiras páginas se torna uma mulher dependente. Júlio César se torna mais presente, mesmo em sua ausência, do que toda a intriga e estratégias políticas, pelo fato de que Cleópatra não consegue se manter focada nos assuntos egípcios sem pensar nele.
Com exceção desse deslize, o livro em si é muito envolvente, mostrando a rainha do Egito como uma mulher comum, com aflições, sofrimentos, amizades (me parece impossível ler o livro e não se afeiçoar a Mardian) e amor ao seu país, tendo de enfrentar guerras familiares pelo poder e a constante ameaça do Império Romano. A comparação ficção x realidade vai atiçando cada vez mais a curiosidade, o que me faz indicar a leitura e ficar ansiosa para ler a continuação da trilogia.
