Alguns de vocês devem
estar pensando “Por que esta louca está usando o bordão do Pedro Bial como
título pra uma resenha?”, certo? Já explico! A razão é que a resenha de hoje
para o “Especial Distopias” do GDP é sobre o livro 1984. Começou a fazer
sentido agora, né?
A história se passa em
Londres, mas não existe mais Inglaterra ou Reino Unido. O mundo está dividido em
Oceania, Eurásia e Lestásia, que hora são aliadas e hora inimigas da Oceania. O
continente é controlado pelo Grande Irmão, figura que ninguém viu, mas adorado
por todos. Existem quatro ministérios: Ministério do Amor reprimia o desejo,
além de torturar os rebeldes; o Ministério da Verdade se encarregava de
censurar as más notícias e de criar mentiras a serviço do Partido; o Ministério
da Fartura administrava a fome e o Ministério da Paz conduzia os assuntos da
guerra.
É proibido aos membros
do partido questionar mesmo em pensamento, é proibido amar, é proibido sentir
prazer, é proibido ficar sozinho, existe horário para acordar e dormir, uma
nova língua está sendo criada para que não possam existir pensamentos
discordantes, filhos são ensinados a denunciar possíveis subversões dos pais. E
85% da população, os proles, é totalmente alheia ao governo e vive em miséria.
O protagonista do livro
é Winston, um funcionário do Ministério da Verdade que trabalha adulterando textos
de verdades que deixaram de existir sobre o governo. Oi? Verdades que deixaram
de existir? Sim! A partir do momento que não existem documentos ou nenhuma
outra prova de que uma situação aconteceu, como ter certeza de que não é só uma
alucinação?
Esse é o dilema de
Wisnton. Entre seus vizinhos e colegas de trabalho, ele tenta se comportar
como todos, seguindo a manada, mas trancado em sua casa, escondido da teletela
que registra quase todos os seus movimentos, ele se permite questionar a
realidade da sociedade em que vive. Só pelo fato de duvidar das verdades
propagadas pelo partido, o protagonista já está cometendo um crime. Mas ele vai
mais longe: começa a escrever um diário, mesmo sabendo que o preço disso é sua
vida.
Guerra é
Paz
Liberdade
é Escravidão
Ignorância
é Força
Quem sou eu pra falar
de George Orwell? 1984 estava na minha lista de leitura há uns 3 anos, mas só
criei vergonha na cara para começar a leitura depois de ouvir minha professora
de Teorias da Comunicação falar dele durante um semestre inteiro (obrigada, Ediene!).
Sem dúvida, o melhor livro que já li. Não sou fã de distopias, mas a história
me prendeu da primeira a última página. Fui obrigada a reduzir o ritmo de
leitura para poder refletir mais sobre as críticas sociais abordadas e tentar
fazer as devidas ligações com a realidade.