segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Quer dar uma espiadinha? - Especial Distopias


Alguns de vocês devem estar pensando “Por que esta louca está usando o bordão do Pedro Bial como título pra uma resenha?”, certo? Já explico! A razão é que a resenha de hoje para o “Especial Distopias” do GDP é sobre o livro 1984. Começou a fazer sentido agora, né?

A história se passa em Londres, mas não existe mais Inglaterra ou Reino Unido. O mundo está dividido em Oceania, Eurásia e Lestásia, que hora são aliadas e hora inimigas da Oceania. O continente é controlado pelo Grande Irmão, figura que ninguém viu, mas adorado por todos. Existem quatro ministérios: Ministério do Amor reprimia o desejo, além de torturar os rebeldes; o Ministério da Verdade se encarregava de censurar as más notícias e de criar mentiras a serviço do Partido; o Ministério da Fartura administrava a fome e o Ministério da Paz conduzia os assuntos da guerra.

É proibido aos membros do partido questionar mesmo em pensamento, é proibido amar, é proibido sentir prazer, é proibido ficar sozinho, existe horário para acordar e dormir, uma nova língua está sendo criada para que não possam existir pensamentos discordantes, filhos são ensinados a denunciar possíveis subversões dos pais. E 85% da população, os proles, é totalmente alheia ao governo e vive em miséria.

O protagonista do livro é Winston, um funcionário do Ministério da Verdade que trabalha adulterando textos de verdades que deixaram de existir sobre o governo. Oi? Verdades que deixaram de existir? Sim! A partir do momento que não existem documentos ou nenhuma outra prova de que uma situação aconteceu, como ter certeza de que não é só uma alucinação?

Esse é o dilema de Wisnton. Entre seus vizinhos e colegas de trabalho, ele tenta se comportar como todos, seguindo a manada, mas trancado em sua casa, escondido da teletela que registra quase todos os seus movimentos, ele se permite questionar a realidade da sociedade em que vive. Só pelo fato de duvidar das verdades propagadas pelo partido, o protagonista já está cometendo um crime. Mas ele vai mais longe: começa a escrever um diário, mesmo sabendo que o preço disso é sua vida.  


Guerra é Paz
Liberdade é Escravidão
Ignorância é Força



Quem sou eu pra falar de George Orwell? 1984 estava na minha lista de leitura há uns 3 anos, mas só criei vergonha na cara para começar a leitura depois de ouvir minha professora de Teorias da Comunicação falar dele durante um semestre inteiro (obrigada, Ediene!). Sem dúvida, o melhor livro que já li. Não sou fã de distopias, mas a história me prendeu da primeira a última página. Fui obrigada a reduzir o ritmo de leitura para poder refletir mais sobre as críticas sociais abordadas e tentar fazer as devidas ligações com a realidade.