A série de posts para mulheres especiais...
Lady Anne Elliot e Lady Russell
Na falta de uma foto de Lady Elliot, sua filha Anne Elliot. |
Infelizmente, Lady Anne Elliot não teve muito tempo como mãe, mas Jane Austen fez questão de dizer quem foi essa mulher. "Lady Elliot havia sido uma mulher excelente, sensata, agradável, ajuizada e educada. Havia tolerado, atenuado e ocultado os defeitos do marido e promovido sua verdadeira respeitabilidade ao longo de dezessete anos; e ainda que não fosse ela própria a criatura mais feliz do mundo, havia encontrado nos afazeres, nos amigos e nas filhas razão suficiente para prender-se a vida e para não ser motivo de indiferença quando foi chamada a abandona-los. Três meninas, as duas mais velhas com dezesseis e quatorze anos, era um péssimo legado para uma mãe deixar; ou melhor dizendo, um péssimo fardo a se confiar à autoridade e orientação de um pai tolo e vaidoso." Percebemos que no pouco tempo que pôde, foi uma mãe atenciosa, bondosa, e que ministrou uma educação com bons princípios. Era preocupada com a família e tomou para si a responsabilidade de ensinar o que realmente importava, já que o pai se encarregou do trivial, a vaidade. Na história, vemos muito do caráter da mãe em Anne Elliot, sua filha segunda.
Mas prosseguindo à história, a pesar de não terem tido uma madrasta, as meninas Elliot tiveram uma boa mulher para auxiliar na educação e manter os bons princípios que Lady Elliot se empenhou em passar às filhas. Lady Russell era a melhor amiga de Lady Elliot, e compartilhava de suas convicções, preocupações, e de seu amor pelas meninas. Ela entra na vida de Anne Elliot como uma figura importante em seu crescimento e aprendizado. Percebemos pela história o quão importante para a menina era o seu discernimento e juízo, e sua influência era fortemente respeitada - vemos isso com a rejeição de Anne ao capitão Wenthworth, apesar de amá-lo, por persuasão da amiga.
Não é perfeita, de fato, e não se sabe com certeza se todos os conselhos que dá para Anne são movidos por seu amor e sentimento maternal, como vontade de vê-la feliz, ou se por preconceitos contra determinados tipos de pessoas e classes sociais. Seja qual for a motivação, sempre esteve ao lado de Anne auxiliando, aconselhando, protegendo e incentivando, papel que Lady Elliot teria desenvolvido com tanto amor quanto Lady Russell, mostrando que não precisa ser progenitora para ser mãe.
REFERÊNCIA: AUSTEN, Jane. Persuasão. Rio de Janeiro: Zahar, 2012