segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Especial Clássicos - Shakespeare

Título Original: Romeo and Juliet
Título Nacional: Romeu e Julieta​
Autor: William Shakespeare
Editora: L&PM P​ocket
Tradução: Beatriz Viégas-Faria
Páginas: 160
​Sinopse: Em Verona, na Itália, por volta de 1600, a rivalidade entre os Montecchios e os Capuletos acentua-se e os conflitos estendem-se a parentes e criados, apesar do apelo do príncipe pela paz. Num baile de máscaras na casa dos Capuletos, Romeu Montecchio conhece Julieta Capuleto. A paixão é mútua e instantânea. Ao descobrir que pertencem a famílias inimigas, os dois se desesperam. Resolvem casar-se secretamente, com a cumplicidade de frei Lourenço. No entanto, o destino desse amor seria trágico.



       É um verdadeiro desafio resenhar esse clássico. Por diversos motivos, contudo destaco dois: 1) o amplo conhecimento que dele possuem, e 2) a dinâmica da história. Não há quem não relacione Shakespeare a Romeu e Julieta mais que instantaneamente; nem terminamos de pronunciar o nome do autor e a obra já é lembrada. Uma história que se passa há mais de 400 anos e continua atual e arrancando suspiros.

       Para quem não a leu, Romeu e Julieta conta a história dos filhos de duas famílias rivais - lê-se inimigas mortais - que se apaixonam sem saber um quem o outro é. Ao descobrirem, decidem, contra qualquer tipo de argumento, casar-se às escondidas. Mas um acidente os separa, e como solução, o Frei que os casou bola um plano: Julieta finge estar morta e será resgatada por Romeu, eles fogem e vivem felizes para sempre. Mas um erro na entrega da mensagem faz com que Romeu pense que Julieta está de fato morta e se suicida, o que faz com que Julieta também se suicide ao ver seu amado sem vida ao seu lado.
       Cliché? Pode ate ser, mas esse foi o Pai de todos os clichés, então vale a pena! 
       Tudo acontece muito rápido. A apresentação das famílias, o baile, o amor a primeira vista, o casamento - no dia seguinte!, as mortes... uma sucessão de acontecimentos importantes que não dá pra perder absolutamente nada. Piscou, perdeu! A história acontece num intervalo de alguns dias apenas. E ao mesmo tempo que dá vontade de você engolir o livro atropelando as palavras e pulando direto pro final, é uma história escrita para se deliciar, pausadamente, sentindo o sabor de cada sensação vivida pelos personagens; o que não é difícil, visto que o livro é escrito em formato de peça, ou seja, você sabe quais são os sentimentos porque os próprios personagens os exprimem em palavras.

"Amor é uma fumaça que se eleva com o vapor dos suspiros; purgado, é o fogo que cintila nos olhos dos amantes; frustrado, é o oceano nutrido das lágrimas desses amantes. O que mais é o amor? A mais discreta das loucuras, fel que sufoca, doçura que preserva."

       O casal é apaixonado e apaixonante. São muito jovens, Julieta tem apenas 14, então o relacionamento tem todo aquele frescor juvenil, a fragrância daquele primeiro amor, a aventura do escondido, a excitação do proibido, a pureza e a inocência infantil. Envoltos por uma sociedade preconceituosa e inflexível, eles lutam sozinhos com o calor do momento.
       Não posso deixar, no entanto, de dizer que existem partes meio monótonas no livro, mas atribuo às longas falas, e a escrita rebuscada, características do próprio autor - e isso pode ser observado em suas outras obras. Alguns discursos são bastante longos, e jorram palavras que vivem escondidas no dicionário. Mas demos um desconto para o pobre Willian: o cara viveu no século XVI!