Quando resolvi
escrever uma resenha para colocar no blog hoje, estava pensando em falar sobre
um livro que comprei uns meses atrás que conta a história uma velhinha fofa que
resolve reencontrar seu amor de adolescência. Mas não rolou. Tentei, tentei,
tentei e nada prestou. Então me lembrei de algo totalmente fora do meu estilo
que li semana passada. Lá vamos nós...
Numa conversa com
um amigo sobre leituras de férias, ele me indicou um autor novo. Segundo ele,
uma cara fera que manja muito dos romances históricos. Como eu não tinha nada
pra fazer na minha última semana sem trabalhar, fui logo procurar. O autor é Bernard
Cornwell e, queridos, melhor coisa que resolvi fazer naquele dia.
O livro que escolhi
ler foi O Condenado. Pelo que pesquisei, foge um pouco do estilo das outras
obras dele, pois é um romance policial, mas nem por isso deixa de ser bom. O
protagonista é Rider Sandman que lutou na Batalha de Waterloo e quando volta
pra Londres está sem dinheiro, sem emprego e leva um pé na bunda da noiva.
Um belo dia, ele
recebe uma carta com uma proposta de emprego temporário. Na teoria, ele só
precisa conseguir a confissão de um condenado a forca. Charles Corday, um
pintor gay, foi acusado de estuprar e assassinar a condessa de Avebury. Por que
o governo está preocupado em conseguir uma confissão do cara, sendo que na
época pouco se importavam com a inocência do morto? Porque Sua Majestade, a
Rainha, interferiu no caso e acredita no rapaz.
Assim que conhece o
acusado, Sandman sabe que não foi ele quem cometeu o crime e parte em uma busca
pelo verdadeiro assassino. Isso é algo que me incomoda nele, sempre certinho,
defensor dos fracos e oprimidos, incorruptível. Enfim, no meio dessa jornada,
ele precisa contar com a ajuda de seus amigos (personagens muito mais legais do
que ele) e é jurado de morte. Pra completar, sua ex-noiva resolve dar as caras.
A Inglaterra
mostrada no livro é bem diferente daquela que conhecemos pela obra de Jane
Austen, apesar de O Condenado se passar poucos anos depois dos livros dela.
Cornwell mostra uma sociedade cruel, cidades nojentas e uma justiça injusta. É
quase possível sentir o cheiro podre da prisão Newgate e a descrição dos
enforcamentos é muito bem feita, assim como todo o contexto histórico, citando
até mesmo o nome de pessoas que realmente existiram e que trabalharam para a coroa na época.
Sem qualquer
dúvida, a minha personagem preferida é Sally Hood (Hood? Sim, igual ao Robin.
Que, aliás, é irmão dela! Pasme haha). Ela é uma menina pobre, que não se
importa com as convenções sociais, fala o que pensa seja pra quem for e posa
nua para um pintor por precisar de dinheiro e ter seios muito bonitos. Sally é
amiga de Sandman e é de grande importância para a resolução do caso.
Bernard consegue
manter o mistério até o final do livro e a cada novo personagem que ele
apresentava eu mudava de suspeito. Algo que não me agradou muito foi o fato de
que o romance do protagonista com a ex por quem ele ainda era apaixonado não
ter sido muito explorado. Desculpa, sociedade. Fiquei mais preocupada com o
fato de talvez ele não conseguir se
casar do que com o Corday ir para a forca.
Aliás, a leitura
tem um ritmo bem rápido, tudo acontece em sete dias e por isso na maior parte
do tempo só consegui pensar "Já era, amigo. Se até agora tu não achou o
cara, pode ter certeza que não acha mais. O pintor vai pro buraco". Enfim,
gostei bastante de O Condenado e tenho certeza de que ainda lerei outras obras
do autor.
Título Original: Gallows Thief
Título no Brasil: O Condenado
Autor: Bernard CornwellEditora: Record
Páginas: 272