O debate do
Clube do Livro no mês de Dezembro foi bem diferente. Como você já deve ter
reparado, Orgulho e Preconceito foi o livro debatido. Você deve pensar “Mas
vocês já leram 174820 vezes esse livro, e já devem ter falado sobre ele
97582659 vezes!” E sim, você está certo, mas o diferencial é que cada menina
foi desafiada a ler esse livro em OUTRO IDIOMA! E o filme foi um lançamento
2015, um drama baseado numa história verídica. Vamos ver o que rolou?
LIVRO:
- A leitura
em uma língua estrangeira trouxe novas experiências e nuances antes não
percebidas, e agora ficaram evidentes.
- Ler
Orgulho e Preconceito depois de tantas adaptações - filmes e livros e fanfics -
trouxe uma reflexão mais aprofundada. Enquanto o livro traz a visão de Lizzie,
tivemos leituras de “O outro lado de Orgulho e Preconceito”, “As Sombras de
Longbourn” e “O Diário de Mr. Darcy” para contrastar, com as visões do Darcy e
dos empregados. Foi legal fazer essa reflexão.
INGLÊS - Algumas
piadas em inglês fizeram mais sentido; a timidez do Darcy ficou mais nítida, e
menos confundida com presunção; a discussão da Lady Catherine com a Lizzie
trouxe
muitas das palavras que o próprio Darcy havia utilizado quando pediu a
primeira vez a mão da Lizzie, deixando muito claro a influência da tia na
personalidade do sobrinho.
FRANCÊS - “Mes
sentiments et le désir ne changent pas, mais dites-moi un mot, et je vais toujours.”
Descobrimos que é possível se apaixonar ainda mais pelo Mr. Darcy!
MANGÁ EM
INGLÊS - Foi bem legal ver as caracterizações dos personagens! Algumas coisas
ficaram bem diferentes do que imaginamos, ou do que o cinema desenha pra gente!
ESPANHOL -
Deixou a leitura mais leve e divertida! Ficou muito engraçado! E quem não leu
já ficou imaginando um Orgulho e Preconceito versão novela mexicana!
FILME:
Título Original: Woman in Gold
Título no Brasil: A Dama
Dourada
Diretor: Simon Curtis
Distribuidor: Diamond Films
Classificação: 10 anos
Duração: 1h50min
Sinopse: Década de 1980. Maria Altmann (Helen Mirren) é uma judia sobrevivente da Segunda Guerra Mundial que decide processar o governo austríaco para recuperar o quadro "Woman in Gold", de Gustav Klimt - retrato de sua tia que foi roubado pelos nazistas durante a ocupação. Ela conta com a ajuda de um jovem advogado, inexperiente e idealista (Ryan Reynolds).
- Carga
dramática no ponto certo. Final feliz! Ryan Reynolds gato!
- Helen
Mirren é uma lady!
- Alguém discorda???
Um filme
intenso, forte e expressivo, que trouxe reflexões profundas. Até os personagens
entendem com o decorrer da história que a questão vai muito mais além do que
simplesmente o financeiro. A crítica com relação ao sistema, que diz que apoia mas apenas até onde não o prejudica, também é muito forte, e a carga emocional,
por saber que é uma história real, aumenta a expectativa pelo desfecho feliz.
Teria tudo
pra ser um filme mega triste, mas como a perseguição aos judeus foi retratada
por flashes de memória, tornou o drama mais leve, sem perder a emoção. O
cenário político da época foi muito bem mostrado. As cenas dos tribunais foram
ricas em detalhes e muito reais.
E o que
dizer da Trilha Sonora? Uma das coisas boas que o Clube do Livro das Garotas de
Pemberley trouxe foi o gosto pela
análise da trilha sonora dos filmes/séries. Antes, a maioria não prestava
atenção nisso, hoje quase todas já são atentas a esse tópico, que não deixou a
desejar na Dama Dourada. A trilha sonora nos leva para o tom do drama. As vezes
uma cena sem diálogos, mas a música te faz sentir o que o protagonista sente.
Muito bem colocado.
Foi muito
legal ver também o desfecho da história, na verdade já nos créditos, quando diz
onde eles usaram o dinheiro que receberam: doações para caridade, museus de
arte e pro museu de memória do holocausto. Mostra que realmente a luta era por
direitos, não por dinheiro.
Por fim,
com as palavras de quem escolheu o filme pro debate: “Acho que o objetivo do
filme não foi apenas alertar contra o nazismo, mas mostrar que quando você está
certo, não há lei nem esforço que te impeça de reaver o que é seu. Mostrou que
nem tudo é perfeito na história do mundo, que o ruim aconteceu pra que não se
repita. E o fim não justifica os meios.”