Falemos então
dos solteiros. Não aqueles que estão sozinhos, tristes, comendo brigadeiro e
indo a baladas beijando de boca em boca pra “sobreviver”. Falo daqueles
convictos, de bem consigo mesmo, felizes com sua situação, sentindo-se
completos sendo apenas um, e não dois (afinal, porque precisamos de uma segunda
pessoa para estar completos? Estamos inteiros, ora bolas!) Sendo assim, tiramos
das narrativas de Jane Austen uma solteira dessas.
Emma Woodhouse
Rica, bonita,
influente, inteligente, feliz, bem relacionada, Emma Woodhouse afirmava que “Solteiros
têm o poder!” Ok, não era bem assim que ela falava, mas era tipo isso.
“- Não se
preocupe, Harriet, não serei uma pobre solteirona; e é a pobreza apenas o que
torna o celibato lastimável para almas generosas! Uma mulher solteira com uma
renda muito baixa pode ser uma solteirona ridícula e desagradável, motivo de
escárnio para as crianças; mas uma mulher solteira de boas posses é sempre
respeitável, e pode ser tão sensível e agradável como qualquer outra pessoa.”
Emma sabia de
sua condição financeira, e não sentia falta de uma relação amorosa. Nem
procurava nada nesse sentido para si. Mas para os outros – aqueles que
precisavam – ela se empenhava. Casamenteira sem vocação, a protagonista vem
mostrar uma grande polêmica da época: casamentos por interesse ou comodismo.
Observamos em muitos casos mulheres relativamente pobres, que consideram o
casamento como seu maior objetivo de vida, pois isso assegurava segurança e
conforto. Contudo, Emma já era segura, e possuía meios suficientes para casar
apenas por amor. Por isso se sentia tão bem em seu estado solteiro.
Mas e hoje?
Hoje uma mulher pode batalhar e correr atrás do próprio sustento, não
dependendo mais de casamentos proveitosos. Sendo assim, o que aprender com Emma
Woodhouse? Simples: Autoconfiança e Amor Próprio. Tinha consciência de que era
respeitada, e considerada agradável por todos em seu círculo de amizades. Era
simpática, sorridente, amigável, extrovertida, apesar de um pouco orgulhosa, e
mimada pelo pai. Mas isso não a impedia de ser querida. Pelo contrário, vivia
recebendo visitas, convites e elogios.
Emma Woodhouse
vem mostrar que não precisamos encontrar alguém e casar para viver “felizes
para sempre”. Devemos estar felizes, e assim, cativar o respeito, a admiração,
e o amor! Ser feliz consigo mesmo, e amar a si próprio, são os segredos para
ser um(a) solteiro(a) bem sucedido.
COLABORAÇÃO: Ádac Barbosa, Camila
Rocha, Rafaela Degliomini. (Obrigada meninas!)