quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Jane Austen no cinema




Hoje, 13 de outubro, é comemorado o dia do escritor. E nada melhor do que esse dia para falarmos da nossa querida Jane Austen, não é mesmo? Todos nós que a adoramos sabemos que, apesar de sua criação literária não ser vasta, sua qualidade é inegável. Não é a toa que ela é considerada a maior escritora de língua inglesa de todos os tempos. Um fato interessante que podemos observar hoje, é que inúmeras obras já foram criadas a partir da produção literária austeniana. São livros, fanfics, filmes, contos, enfim, criações que inspiraram e inspiram seus fãs a criarem e recriarem histórias e personagens.

Várias de suas obras já foram adaptadas para o cinema, e tantos outros filmes que não levam o nome de adaptação, foram inspirados em seus livros e personagens. Há um universo para deleitar-se para quem é fã de Austen. Uma das adaptações mais famosas é a do livro Orgulho e Preconceito, de 2005, assinada pelo diretor Joe Wright. Quem nunca suspirou com Matthew Macfadyen interpretando Mr. Darcy?

Mas hoje vamos falar de outros três filmes, adaptações de outros livros da nossa querida escritora. O primeiro deles é do meu segundo livro preferido da Jane (Orgulho e Preconceito sempre vai ser o primeiro), Persuasão, de 2007. Dirigido por Adrian Shergold, o filme conta com Sally Hawkins, como Anne Elliot, e Rupert Penry-Jones (suspiros) como Capitão Wentworth.



Particularmente, eu gosto muito desse filme. Ele é literalmente uma viagem pelo romance da Jane. Há quem critique um pouco a escolha da atriz, pela sua falta de beleza, mas é exatamente assim que ela é descrita no romance. 

O filme mostra-se bem fiel ao livro (apesar de eu não considerar esse um requisito para uma boa adaptação), conta-nos exatamente os tormentos pelos quais passa o coração da nossa heroína Anne, que mostra-se bem resignada por não ter o amor de Wentworth, já que ela o recusou há oito anos. Mesmo conformada, ela sofre ao ver seu amado dispensar atenções às outras moças, preterindo-a sempre. Entretanto, Wentworth age mais por orgulho ferido, pois ele também nunca deixou de amar Anne. Bem, como sabemos que os romances austenianos sempre caminham para um final feliz, posso citar que Wentworth escreve uma carta a Anne (ahhh, as cartas....), confessando-lhe que sempre a amara. O final (tanto do livro quanto do filme) é encantador.



O segundo livro que falaremos é Emma. Quem não conhece, admira e adora a nossa cupido? Esse romance foi muito bem retratado em um filme homônimo, de 1996, dirigido por Douglas McGrath. No elenco temos Gwyneth Paltrow interpretando nossa protagonista e Ewan McGregor como Mr. Knightley. O casal de amigos convive durante toda a história. Mr. Knightley, mais velho que Emma, é sempre sua companhia, mas dá conselhos e broncas como ninguém quando acha que a amiga passa dos limites.



Ver esse filme é revisitar o romance. Tudo impecável, cenário, figurino, personagens... E muita intromissão de Emma na vida amorosa de seus amigos. Mas como sabemos, no final ela que acaba se apaixonando pelo seu melhor amigo. O filme ganhou o Oscar na categoria de melhor trilha sonora, que realmente é apaixonante.




O terceiro filme foi baseado em Mansfield Park, e tem o nome de Palácio das ilusões, de 1999, dirigido por Patricia Rozema. A nossa protagonista, Fanny Price, é interpretada por Frances O’Connor, e Edmund Bertram por Jonny Lee Miller. O filme é bem ambientado e produzido, o cenário é fascinante, propício para contar as desventuras de Fanny, desafortunada, desprezada, ninguém a entende, exceto Edmund, seu primo e melhor amigo. Ele a compreende como ninguém, e é o único refúgio de Fanny, que tão jovem se vê obrigada a morar num estranho palácio, cercada de pessoas que, apesar de preocupadas com sua criação e bem estar, pouco se lembram que ela é uma jovem com sentimentos.


Aos poucos Fanny se desenvolve, tornando-se tão inteligente e independente (conforme a época permitia), e torna-se nossa heroína. Uma coisa admirável em sua personalidade é a recusa constante de seu pretendente, Henry Crowford (Alessandro Nivola), mantendo-se fiel ao seu amor secreto pelo primo e melhor amigo. O filme retrata bem o romance, e tornou-se um dos meus preferidos.



Passear pelo universo criado a partir dos romances de Austen é sempre prazeroso, espero que assistam aos filmes e façam suas comparações com os livros, pois o bom leitor sempre terá elogios e críticas quando o assunto é: adaptação de nossos livros preferidos.