sexta-feira, 26 de agosto de 2016

BEDA #26 - GDP Entrevista: Augusto Alvarenga


Augusto Alvarenga nasceu no interior de Minas, em João Monlevade, e atualmente mora em Belo Horizonte. É libriano, estudante de cinema, apaixonado por romances e histórias inspiradoras. Se diz viciado em narrativas – escritas, vistas ou contadas. Publicou seu primeiro livro, “Um Amor, Um Café & Nova York” em 2014, o segundo volume no ano seguinte. Seu maior desejo é conseguir tocar, cada dia mais, o coração das pessoas com suas palavras e páginas. Nessa entrevista ela vai falar um pouco sobre a carreira e suas obras.

1 - Quando e como você começou a escrever?

Eu comecei a escrever lá em 2010. Eu tinha 14 anos e tava querendo desabafar diversos sentimentos pelos quais eu estava passando, mas não sabia como fazer isso (já que não queria falar sobre). Acabei descobrindo a escrita, me apaixonei e não parei mais...

2 - Cada autor tem um processo de escrita. Como é o seu, desde a ideia inicial até o ponto final no último capítulo? Onde você busca inspiração para os seus livros?
Sempre que eu tenho uma ideia eu tento insistir nela por um tempo, pensar mais, explorar as possibilidades. Aí eu sempre tenho um caderninho comigo que eu costumo anotar tudo, todos os principais acontecimentos, uma espécie de “roteiro”, e procuro filmes parecidos para me ajudar a ambientar também. Depois, crio uma playlist especial e começo a escrever... Já a inspiração me vem muito na rua, “do nada”. As vezes estou no ônibus indo para a faculdade, ou na rua enquanto passeio com meu cachorro, e vem a ideia. Corro para casa (ou para o meu caderninho) para poder anotar tudo.

3 - Sua formação acadêmica influencia de alguma maneira a carreira de escritor?

Com certeza! No curso de cinema, além de aprendermos a fazer roteiros/criar personagens/explorar histórias, estamos sempre vendo filmes, curtas e coisas inspiradoras... então tudo isso acaba me ajudando demais na hora de escrever.

4 - Você possui livros de diferentes gêneros de romance. Como as diferenças entre eles afetam no desenvolvimento da escrita? Você pretende explorar mais algum gênero?

Com certeza, pretendo explorar. A questão das diferenças vem muito dos personagens, eles quem ditam como a história vai ser contada, como é o romance etc. Como os personagens são diferentes, acaba nunca tendo uma formula específica, e isso me ajuda muito a não ter uma zona de conforto. Não quero me prender em nada, então, veremos o que me inspira e consigo trabalhar de forma bacana...

5 - Há preferência entre escrever livros únicos ou séries?

Não... E eu quase nunca planejo isso. Penso numa história, e durante o desenvolvimento, se vejo que ela ficaria grande demais ou com potencial, eu acabo fazendo mais volumes. Os leitores também pedem muito certas continuações, mesmo que elas não estejam no planejamento. Acho que ambos os livros (únicos ou séries) são desafiadores, e eu realmente não tenho preferência... realmente, vai do que a história pede.

6 - Como você escolhe o local onde a história será ambientada? Você utiliza sua experiência ou faz pesquisas sobre o local? Como é o processo?

Ambas as coisas. Por exemplo, eu nunca fui à Nova York mas sou apaixonado pela cidade desde pequeno. Então, já sabia de algumas coisas que eu gostaria de fazer/visitar lá caso fosse, e aí coloquei tudo nos meus personagens. É sempre um pedaço de mim, com muuuuuita pesquisa, e um rumo próprio que a história sempre toma.

7 - Fale um pouco sobre seu lançamento mais recente. Quais foram os desafios enfrentados ao escrever essa obra?
Acho que o maior desafio no 1+1 foi dividir a história com alguém e saber onde aceitar as opiniões, onde ceder e onde se manter firme. É saber que não é uma história só sua, e fazer concessões pelo bem da história nem sempre é a coisa mais fácil...



8 - Qual é o papel da sua família na carreira literária?

Eles sempre me apoiam muito, e isso é muito bom. É sempre legal quando muitas vezes, vem parentes de outras cidades e a gente se encontra no lançamento, sabe? Acaba virando uma festa, e isso é muito gostoso. Meus pais são muito divulgadores, e isso também é bem engraçado. Eles estão sempre interessados com o que ando escrevendo, em como anda o mercado, e isso deixa as coisas um pouco mais fáceis.

9 - Qual é a importância da representatividade em obras voltadas para o público jovem adulto?

Na minha opinião, é das coisas mais importantes. É um tema que pretendo trabalhar sempre – independente do “tipo” de representatividade. Vivemos em um país tão abundante e diferente, que limitar os personagens e suas histórias a estereótipos e padrões é um absurdo. Por isso, pretendo sempre abordar o tema, colocando sempre personagens reais e situações reais nos meus livros, para que as pessoas possam ler e, com sorte, se enxergarem ali.

10 - Como é seu relacionamento com a atual editora?

Até o momento, as coisas têm funcionado bem e temos sempre trabalhado em conjunto, eles respeitam muito minhas opiniões e isso é bem importante.

11 - Quais são seus autores favoritos?

Tenho diversas inspirações nacionais e internacionais... acho que do Brasil, podemos listar a Bianca Briones, o Daniel Bovolento e uma galera que acabou virando amizade, que é algo ótimo. Já nos internacionais eu gosto bastante do John Green, mas tenho tido menos autores “favoritos” e mais “obras” favoritas recentemente...

12 - Qual é o papel das redes sociais no relacionamento com os leitores? Quais mídias você mais utiliza?

Eu tento usar as mais práticas, tipo o Instagram/Snapchat/Facebook e Twitter. A interação com os leitores nessas quatro é mais fácil, então eu acho ótimo. Eles estão sempre mandando fotos, mensagens e comentários, que acabam por nos aproximar bastante, e isso é uma delícia. Esse contato direto, eu lançando textos/livros e el@s respondendo quase imediatamente...





13 - Quais são suas expectativas para a Bienal de São Paulo? Em quais dias você estará presente no evento?

Estarei na Bienal todos os dias, e estou suuuuuuper animado para rever/conhecer meus leitores Paulistas (e de todos os lugares do Brasil que estiverem por lá). 

14 - Você pode partilhar com a gente sobre futuros projetos?

Eu e os autores da editora D’Plácido temos um livro de contos em conjunto, que diferente dos outros atuais, são interligados. Ou seja, o meu personagem participa da história da Adelina, que participa da história da Lavínia – que também está no meu, e essa mistura toda foi muito deliciosa. Esse livro vai ser lançado em breve, assim como o Um Amor, Um Café & Nova York 3...

OBRIGADA!!!