sexta-feira, 19 de agosto de 2016

BEDA #19 - GDP Entrevista - Lavínia Rocha



Lavínia Rocha tem 19 anos e é mineira de Belo Horizonte. Publicou em 2010 seu primeiro livro, “Um amor em Barcelona”, e em 2014, “De olhos fechados”. “Entre Três Mundos” (resenha em breve), o primeiro de uma trilogia de fantasia, foi escrito aos doze, reescrito aos dezessete, e lançado no ano passado. Essa semana lança em BH o segundo livro da série, “Entre Três Segredos”. Costumava morrer de vergonha só de imaginar as pessoas lendo seus livros e confundindo-a com suas personagens principais, mas depois percebeu que personagens são como filhos: sempre adquirem características de quem os cria. Lavínia adora o contato com leitores nas redes sociais, bienais, palestras e bate-papos nas escolas – e acredita que essa relação é um dos melhores presentes que a carreira de escritora lhe deu.




1 - Quando e como você começou a escrever?

Eu tinha 11 anos e vi que adorava inventar histórias para os deveres de Produção de Texto, mas me irritava o limite de 30 linhas que a professora determinava. Então decidi escrever no computador do tamanho que eu quisesse. Só que naquela época, eu ainda não sabia que o que eu escrevia viria a se tornar livros...


2 - Cada autor tem um processo de escrita. Como é o seu, desde a ideia inicial até o ponto final no último capítulo? Onde você busca inspiração para os seus livros?

Na maioria das vezes, não sei aonde a história vai chegar. Tenho uma ideia inicial e vou desenvolvendo meus personagens, seus problemas, suas relações. Aos poucos mais ideias vão surgindo, e eu vou moldando o livro de acordo com o que quero que aconteça. É muito comum eu ter uma ideia no meio do livro e mudar algo no início para encaixar bem.
Minha inspiração vem de tudo: vida real, outros livros, filmes, séries...


3 - Sua formação acadêmica influencia de alguma maneira a carreira de escritor?

Eu acabei de começar a cursar História, então ainda não percebo influência, mas acredito que vá acontecer.


4 - Você possui livros de diferentes gêneros de romance. Como as diferenças entre eles afetam no desenvolvimento da escrita? Você pretende explorar mais algum gênero?

São livros bem diferentes de escrever, porque, por exemplo, na fantasia tive mais liberdade para criar, já nos outros, existiu uma maior preocupação com a realidade. Me encontrei bastante na fantasia e acredito que continuarei nesse gênero.


5 - Há preferência entre escrever livros únicos ou séries?

Minha primeira experiência de série é com Entre 3 mundos, mas gostei tanto que passei a preferir série a livro único.



6 - Como você escolhe o local onde a história será ambientada? Você utiliza sua experiência ou faz pesquisas sobre o local? Como é o processo?

Desde o meu segundo livro, passei a preferir nosso país como cenário. Em De olhos fechados, embora se passe em minha cidade, exigiu muita pesquisa de mim, porque trago um pouco da história dos pontos turísticos de BH. Já em Entre 3 mundos, não houve essa necessidade, pois o livro se passa em um Brasil fictício.


7 - Fale um pouco sobre seu lançamento mais recente. Quais foram os desafios enfrentados ao escrever essa obra?

O primeiro desafio é vencer a insegurança de entregar algo que atenda ou supere as expectativas dos meus leitores. O retorno que venho recebendo de Entre 3 mundos é tão positivo, que bate aquele frio na barriga de não agradar tanto quanto. Além disso, é preciso tomar muito cuidado com detalhes do primeiro livro que precisam ser retomados, porque não pode haver nenhum tipo de contradição. Mas de uma maneira geral, gostei muito de escrever uma continuação. Não precisei mais apresentar os personagens, então pude desenvolver ainda mais as relações e as características.



8 - Qual é o papel da sua família na carreira literária?

Eles são meus maiores apoiadores! Sempre me ajudam a divulgar meu trabalho e me dão a maior força para seguir o meu sonho.


9 - Qual é a importância da representatividade em obras voltadas para o público jovem adulto?

É uma das coisas mais importantes para mim! A literatura tem um poder de influência fortíssimo, e usá-lo para o bem é muito positivo para a nossa sociedade. Fora isso, fazer com que nossos jovens se sintam representados nas histórias é importantíssimo para autoestima e para a quebra de estereótipos.


10 - Como é seu relacionamento com a atual editora?

É ótimo! Acho muito bacana o apoio que a D’Plácido dá aos jovens escritores brasileiros!


11 - Quais são seus autores favoritos?

Thalita Rebouças, Pedro Bandeira, Paula Pimenta, Marina Carvalho e Carina Rissi.


12 - Qual é o papel das redes sociais no relacionamento com os leitores? Quais mídias você mais utiliza?

É fundamental. Me comunico muito com meus leitores através do Facebook, Instagram, Twitter, Snapchat e Youtube. Eles fazem perguntas, ficam sabendo das novidades sobre minha carreira e acabam se sentindo mais próximos de mim.




13 - Quais são suas expectativas para a Bienal de São Paulo? Em quais dias você estará presente no evento?

Estou superanimada! Vai ser minha primeira participação na Bienal de São Paulo, e espero que seja um evento muito bacana! Estarei lá do dia 26/08 até o dia 3/09, no estande da Leitura.


14 - Você pode partilhar com a gente sobre futuros projetos?

Meu próximo projeto é o livro de contos, “Amores Improváveis”, com os outros cinco autores de literatura da D’Plácido (Bibi Ribeiro, Adelina Barbosa, Fernanda Medeiros, Augusto Alvarenga e Mariana Cestari). Ainda não temos a data do lançamento, mas os contos já estão todos escritos. Depois disso, é provável que eu comece a escrever o último livro da trilogia Entre 3 mundos, mas ainda não faço a menor ideia de quando ficará pronto tampouco de quando será o lançamento (espero que não demore tanto haha).

OBRIGADA!!!

Imagina, foi um prazer! *-*